Aspirantex 2023 – Aspirantes participam de atividades de adestramento da Esquadra

Por Luiz Padilha

O exercício Aspirantex 2023 teve início no dia 16 de janeiro de 2023 com os navios suspendendo da Base Naval do Rio de Janeiro (BNRJ) e do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ). Os navios que compõem o GT 651.1 são o NAM Atlântico, o NDM Bahia e as fragatas Defensora, Liberal e Independência.

O exercício conta com 291 Aspirantes da Escola Naval e mais de 2 mil militares distribuídos entre os cinco navios da Marinha do Brasil (MB). A MB criou o exercício Aspirantex com o objetivo de adestrar os meios da Esquadra, e familiarizar os aspirantes com a vida no mar.

Fragata Defensora

FASE 1 – Do Rio de Janeiro à Itajaí

O DAN está embarcado no NAM Atlântico, que neste exercício, estava com aproximadamente 1.100 pessoas a bordo, sendo 120 aspirantes (110 do sexo masculino e 10 do sexo feminino).

Os navios após a saída da Baia de Guanabara, navegaram para pontos pré-determinados na costa do Rio de Janeiro, afim de receberem as aeronaves que participarão do exercício.

SH-16 Seahawk
IH-6B Bell Jet Ranger

As aeronaves SH-16 Seahawk N-3035 e N-3036 do Esquadrão HS-1 e o Bell IH-6B N-5052 do Esquadrão HI-1, realizaram voos de Qualificação e Requalificação  de Pouso a Bordo (QRPB) no NAM Atlântico, e as aeronaves H225M do Esquadrão HU-2 que pousaram mais tarde no Atlântico, também realizaram voos de QRPB.

A fragata Independência recebeu a aeronave Wildlynx AH-12B N-4005 do Esquadrão HA-1.

O NDM Bahia recebeu 2 aeronaves UH-12 Esquilo N-7088 e N-7085 do Esquadrão HU-1, junto com o lançador do drone Banshee que servirá de alvo durante o exercício.

Palestras

Durante a Aspirantex, os aspirantes do 2º ano da Escola Naval assistiram palestras sobre a vida na Marinha do Brasil. As palestras têm como objetivo esclarecer e tirar dúvidas dos aspirantes para que possam fazer a escolha de qual Corpo e Habilitação irão seguir na Marinha. Corpo de Fuzileiros, Intendência ou Armada.

Na primeira palestra, o Contra Almirante José Luiz Ferreira Canela, Diretor de Obras Civis da Marinha, contou suas experiências desde Guarda Marinha, enfatizando que sempre desejou pertencer a Marinha, pois sonhava em manobrar os navios. E assim, seguiu com a carreira tendo tido 5 comandos até chegar ao posto de Almirante. Outro ponto que ele destacou foi a compreensão da família, algo fundamental para o sucesso na carreira militar.

Contra Almirante José Luiz Ferreira Canela, Diretor de Obras Civis da Marinha falando aos aspirantes

Os aspirantes tiveram a oportunidade de fazer perguntas sobre as dificuldades que o Almirante passou e como ele as superou. Ao final, ficou a mensagem de que se deve sempre fazer o seu melhor para atingir os seus objetivos.

Vice Almirante Edgar Luiz Siqueira Barbosa falando para os aspirantes

O Comandante em Chefe da Esquadra, Vice Almirante Edgar Luiz Siqueira Barbosa,  reuniu os aspirantes e fez uma palestra explicando como foi sua carreira na MB até chegar ao posto de Almirante, mostrando as dificuldades e os benefícios da carreira na Marinha. Ao final, ele pediu que fizessem perguntas, as quais respondeu prontamente.

Na palestra do Vice Almirante (IM) Marcus Vinicius Lima de Souza, Diretor do Centro de Apoio a Sistemas Logísticos de Defesa, a abordagem foi sobre a vivência no dia a dia tanto a bordo dos navios como em terra nas Organizações da Marinha, sempre enfatizando que o aspirante após escolher sua opção, deverá levá-la com seriedade e afinco para ser um oficial realizado na carreira.

Trânsito sob ameaça aérea e Controle aéreo de interceptação

Dois caças AF-1 (AF-1B N-1004 e AF-1C N-1021) realizaram duas passagens de ataque aos navios, que informaram ao Grupo de Controle (GRUCOM) as respectivas distâncias de detecção. Após os ataques, as aeronaves realizaram passagens para o exercício de Controle Aéreo de Interceptação.

Fainas de Leap Frog e Light line   

As fainas de Leap Frog e Light Line podem parecer simples aos olhos de quem as vê pela primeira vez, porém, elas são de suma importância para o adestramentos dos navios. A faina de Leap Frog, por exemplo, quando os navios navegam lado a lado e em velocidade constante, a aproximação precisa ser feita com muita precisão, o que sem adestramento não seria possível. O Leap Frog é a preparação para a faina de Light Line, que usa justamente a aproximação e a navegação constante entre os navios para a passagem de carga entre os navios.

Nesta oportunidade, 2 aspirantes puderam participar da manobra, com destaque para os aspirantes Paula Cabral e Paulo Klausen.

Ao fim dos duas fainas, conversamos com o Contra Almirante André Luiz de Andrade Felix, comandante da 2ª Divisão da Esquadra, que organizou e comandou este exercício.


No debriefing com os aspirantes sobre as atividades do ocorridas no 2º dia do exercício, como trânsito sob ameaça aérea e fainas de Leap Frog e Light Line, o Comandante em Chefe da Esquadra, Vice Almirante Edgar Luiz Siqueira Barbosa, afirmou ter ficado bem impressionado com o nível de interesse dos aspirantes sobre as atividades do dia, com destaque para a detecção pelo NAM Atlântico das aeronaves atacantes (2 AF-1) e a consequente ação de defesa com os escoltas fechando (aproximando) para a proteção dos navios.

A tarde, no exercício de navegação sob ameaça submarina, uma aeronave SH-16 Seahawk do Esquadrão HS-1, foi lançada para tentar localizar o submarino inimigo com seu sonar.  A noite ocorreram voos de QRPB com as aeronaves SH-16 e UH-15 inclusive com a utilização de Óculos de Visão Noturna (OVN).

Demonstração Anfíbia

No dia 18, alguns aspirantes foram levados via Embarcação de Desembarque de Viatura e Pessoal (EDVP) do NAM Atlântico para o NDM Bahia, onde 6 CLAnfs os aguardavam para uma experiência nova de embarcar e navegar em um meio utilizado pelos Fuzileiros Navais. Essa experiência faz parte do exercício visando proporcionar aos aspirantes que desejam seguir a carreira naval como fuzileiro.

Os aspirantes do Atlântico se juntaram aos que estavam no Bahia  e puderam vivenciar como os sodados fuzileiros se sentem a bordo de um CLAnf no mar. Ao retornarem, todos estavam felizes com a experiência, e embarcaram na EDVP retornando ao NAM Atlântico.

Na parte da tarde ocorreram Manobras Táticas com os navios realizando manobras de navegação onde ocorreram várias trocas de posição entre eles, e no final ocorreu a FOTEX com os navios em formatura.

Trânsito com oposição de superfície

A noite, duas aeronaves foram lançadas para realizar voo de esclarecimento, onde precisavam localizar um navio Fgurativo Inimigo (FIGIN) neste caso, o NPaOc Amazonas.

Passadiço do NAM Atlântico a noite. Foto no modo noturno da câmera

O DAN acompanhou o voo a bordo do UH-15B, onde teve a oportunidade de ver o funcionamento de seu radar e o sistema de gerenciamento de combate desenvolvido pela Atech. Infelizmente, o tempo programado da janela de busca era pequeno e na área em que voamos encontramos vários contatos, mas nenhum deles era o Amazonas, o qual devia estar muito bem escondido.

Convoo do NAM Atlântico com aeronaves prontas para voar com Óculos de Visão Noturna (OVN)

No dia 19, as fragatas Independência e Defensora mais uma vez se aproximaram do Atlântico para realizar fainas de Light Line, mas, desta vez, além do envio de cargas leves, ocorreu a transferência de carga utilizando uma cadeira, onde o Oscar (boneco) foi o passageiro. A faina foi executada duas vezes entre os navios demonstrando o perfeito aprestamento de todas as tripulações envolvidas.

Ao final de cada faina normalmente são hasteadas as bandeiras dos navios envolvidos, e desta vez, a novidade ficou por conta do NAM Atlântico, que apresentou seu mascote, o Dragão inspirado na série Game of Trones.

A noite, antes da chegada a Itajaí, os aspirantes na presença dos almirantes e do comandante do navio, fizeram uma apresentação sobre os procedimentos de navegação para atracação no porto de Itajaí e sobre as facilidades da cidade para os que a visitavam pela primeira vez.

Ao final da apresentação, o mascote foi chamado e, finalmente descobrimos que o Dragão era um dos aspirantes, que aceitou desde o início a participação como mascote do Atlântico.

Aeronaves peiadas no convoo do NAM Atlântico no porto de Itajaí-SC

 

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