Especial DAN 10 anos: Marinha testa VANT ‘ScanEagle’ no NPaOc ‘APA’

NPaOc APA (P 121)

Por Luiz Padilha

A Marinha do Brasil após selecionar os 2 Sistemas de VANT para seu programa ARP-E, iniciou  o programa de testes com o modelo ScanEagle da Insitu-Boeing. O meio escolhido pela Marinha para auxiliar nos testes, foi o NPaOc APA (P121).

O NPaOc APA estava fundeado no porto do forno em Arraial do Cabo onde embarcamos no navio, sendo recebidos pelo comandante, Capitão-de-Corveta Alexandre Borges, que nos deu as boas vindas à bordo. Em seguida o navio suspendeu para uma área pré-determinada pelo Capitão-de-Fragata Marcelo Luiz Pereira Rodrigues, Chefe do Departamento Técnico  da DAerM. 

Área pré determinada para operação do ScanEagle

O CF Marcelo iniciou um briefing das atividades programadas, tirando as dúvidas e esclarecendo todos os detalhes operacionais do VANT ScanEagle e de como seria a demonstração no navio.

CC Godoy Imediato do navio e o CF Marcelo

O CF Marcelo destacou a importância da utilização de VANTs para as atividades de Patrulha Naval da “Amazônia Azul”. O navio recebeu os 2 conteiners com os equipamentos e o Centro de Controle do ScanEagle na BNRJ, e no dia anterior a demonstração para a imprensa, ele tinha efetuados voos diurnos e noturnos.

Mas não será apenas para a Patrulha Naval da “Amazônia Azul” que o sistema escolhido será utilizado. O mesmo deverá ser empregado também a a partir dos Navios Aeródromos (um sistema para cada Navio), quatro para serem embarcados nos Navios de Propósitos Múltiplos (um sistema por Navio) e outros quatro sistemas para atuarem a partir dos demais meios navais, sendo dois para cada Esquadra, em apoio global às tarefas da MB, perfazendo um total almejado de 10 Sistemas.

Após a instalação do VANT na catapulta de lançamento, seu motor foi acionado e testado. Com o navio se posicionando para o lançamento, o mesmo ocorre de forma rápida e silenciosa, com o ScanEagle adquirindo altitude rapidamente. Inicialmente ele estabiliza em 2.000 pés e inicia o envio de imagens, neste caso do NPaOc Apa, para as avaliações da DAerM.

O controle do ScanEagle é extremamente simples. Segundo o fabricante é necessário apenas que o piloto tenha qualificação para voos IFR.

A primeira impressão, é de que o manche a frente do piloto/operador do ScanEagle é o que comanda as superfícies de controle do VANT. Ledo engano. O ScanEagle é controlado por um Track Ball e comandos digitados no teclado. O Manche é quem comanda a câmera do VANT. Nele o piloto/operador pode gira-la 360°, utilizar a capacidade de zoom, gravar, lockar o alvo, enfim, uma série de possibilidades que fazem deste VANT uma opção bem interessante para a Marinha.

ScanEagle com a câmera eletro-óptica

O voo de demonstração teve a duração de 2 horas, bem aquém de sua autonomia normal que é de até 24 horas. Em sua aproximação, ScanEagle realiza giros em torno do navio, afim de se preparar para o recolhimento. Uma das características que chamou bastante a atenção, foi o numero reduzido de técnicos para fazer o sistema funcionar.

O ScanEagle desce para a altitude ideal e faz a aproximação a ré do navio, e em seguida se posiciona por bombordo , mas em sua primeira tentativa, não ocorre o enganche. Não ficamos sabendo se foi proposital para proporcionar aos fotógrafos uma imagem dele passando paralelo ao navio. O ScanEagle possui um sistema de proteção para o caso do enganche não ocorrer, onde automaticamente, ele se afasta do navio.

O mesmo procedimento para o recolhimento é executado e desta vez o enganche ocorre de forma rápida e simples. O VANT foi recolhido sem nenhuma avaria e estaria pronto para um novo lançamento em minutos.

Estava programado o lançamento noturno para a imprensa e a Insitu trouxe a versão NightEagle com a câmera infra-vermelha, mas devido a mudança das condições climáticas (chuva e ventos fortes), a finalidade de demonstrar o NightEagle para imprensa não seria possível, sendo cancelada e o navio demandou para o porto do forno em Arraial do Cabo.

Acreditamos que se for possível incluir como requisito no RANS, a aquisição de pay-loads que permitam a utilização de um ARP-E para executar o enlace de dados com outros ARP-Es, visando aumentar o raio de ação do Sistema além da LOS do navio operador, isso aumentaria de forma significativa a capacidade operacional do ScanEagle.

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