Primeiro pouso a bordo do AH-15B Super Cougar (H225M Naval)

Por Guilherme Wiltgen e Luiz Padilha

O dia 08/03/22 marcou o início da operação embarcada do helicóptero Airbus/Helibras H225M Naval, AH-15B Super Cougar na designação do Marinha do Brasil (MB), quando às 17h16 o N-4102 (Pégasus 42) pousou pela primeira vez a bordo do Navio Aeródromo Multipropósito Atlântico (A 140).

Nesse primeiro pouso, o Pégasus 42 foi tripulado pelo CF Domingues (1P e Cmt do HU-2), CT Paiva Aguiar (2P), CT Mathyan e o SG Gargano (Operadores do N-TDMS) e SG Gadilei (Fiel).

A entrada em serviço do AH-15B no 2º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral (HU-2), trouxe de volta à MB a capacidade de empregar a versão ar-superfície do consagrado míssil anti-navio Exocet AM39 B2M2, fabricado pela francesa MBDA, perdida em 2012 quando da retirada de serviço do último SH-3A Sea king.

O Exocet AM39 B2M2 possui um alcance superior a 70Km e, dependendo da altitude e velocidade da aeronave, o míssil permite que ela permaneça fora da faixa de defesa aérea inimiga. Ao realizar um ataque a baixa altitude, o míssil também pode ser lançado sob a cobertura radar do navio alvo, ingressando em uma altitude muito baixa sobre o mar (sea skimming).

Outro diferencial é o N-TDMS (Naval Tactical Data Management System) instalado no H225M Naval. Esse sistema se baseia no SAMSARA, Sistema de Gerenciamento de Missão da CASSIDIAN, e permite ao comandante da missão uma consciência situacional, o controle de armas e dos sistemas de autoproteção, podendo avaliar no próprio cockpit uma situação tático-operacional complexa e, em coordenação com o operador do console tático na cabine do helicóptero, autorizar o lançamento do míssil AM39 nas melhores condições. Portanto, o N-TDMS aprimora a detecção em tempo real de movimentos na superfície, provendo a aeronave de tempo suficiente de reação.

A operação embarcada do AH-15B marca um novo período para o Esquadrão HU-2, que a partir de agora também adquire a missão de Guerra Antissuperfície (ASuW).

Com isso, a Marinha do Brasil passa a contar com três Esquadrões (HA-1, HS-1 e HU-2) e três modelos diferentes de helicópteros (AH-11B, SH-16 e AH-15B), capazes de conduzirem missões ASuW a partir dos Escoltas com o AH-11B armado com MAS Sea Skua e do NAM Atlântico, do NDM Bahia e do NDCC Almirante Saboia com o SH-16 armado com o MAS Penguin e o AH-15B com o Exocet AM39 B2M2.

Dessa forma, o Comando da Força Aeronaval fornece uma maior capacidade de defesa da Esquadra, que e a possibilita aumentar sua projeção de poder sobre a Amazônia Azul.

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