Aviação Militar Brasileira completa 104 anos

AVIAÇÃO MILITAR
1919 A 2023 – 104 ANOS

Em 1867, ocorreu a primeira utilização de um balão cativo em campanha. As forças comandadas por Caxias o utilizaram durante a Guerra da Tríplice Aliança, no Paraguai. Este vetor era utilizado para reconhecer o terreno e o dispositivo inimigo. Esse período, que avança até a primeira década do século XX, com os trabalhos do Ten Juventino da Fonseca, primeiro aeronauta militar do Brasil, ficou conhecido como o da Aeroestação, a 1ª Fase da Aviação do Exército.

A 2ª Fase, com o emprego de aeronaves de asa fixa, começa em 1915, com o feito heróico do Patrono da Aviação do Exército, o Cap Ricardo KIRK, e a primeira missão em combate no Brasil, durante a Campanha do Contestado.

Esse período, que se estende até 1941, foi de grande impulsão no uso da 3ª dimensão do campo de batalha, com a criação da Aviação Militar, a implantação do Correio Aéreo Militar e de diversas unidades de aviação no Brasil.

Em 1918, a boa relação diplomática com a França e sua saída vitoriosa na Primeira Grande Guerra, resultaram no Contrato da Missão Militar Francesa de Aviação, a “Pequena Missão”.

Após todas as tratativas necessárias, o Serviço de Aviação Militar foi criado, conforme o Decreto nº 13.451, em 29 de janeiro de 1919. A Escola de Aviação Militar (EAvM), unidade pioneira, teve a sua inauguração oficial em 10 de julho do mesmo ano.

O local designado para o seu funcionamento inicial foram os 8 (oito) hangares da extinta Escola Brasileira de Aviação (EBA), no Campo dos Afonsos/RJ. A sede da administração e de outras instalações necessárias ficaram localizadas, provisoriamente, na Vila de Marechal Hermes/RJ.

No início os aviões de instrução eram modelos franceses, semelhantes aos que foram utilizados no primeiro conflito mundial. Já em 1920, foram graduadas 2 (duas) turmas de aviadores militar.

Com a chegada, ao final de 1920, das aeronaves de combate, foi organizado o Curso de Aperfeiçoamento, previsto no Regulamento da EAvM. Esses aviões passaram a constituir a Esquadrilha de Aperfeiçoamento.

Em 1922, foi instalada a Seção de Aeronáutica no Estado-Maior do Exército. No mesmo ano foi criado o Grupo de Esquadrilhas de Aviação do Rio Grande do Sul, com os Campos de Aviação do Alegrete e Santa Maria.

O período de 1919 a 1926 foi fundamental na consolidação da Aviação Militar, que passou a contar, no Campo dos Afonsos/RJ, de um amplo aeródromo, hangares, quartéis e oficinas. O pessoal formado nesse período constituiu um importante núcleo de oficiais e sargentos, pilotos aviadores, mecânicos e especialistas.
Logo no início de 1927, a Aviação Militar entrou em nova fase de reorganização e desenvolvimento.

A Lei nº 5.168, de 13 de janeiro de 1927, criou a Arma de Aviação do Exército, a 5ª Arma, e outras medidas importantes:

– A criação da Diretoria de Aviação Militar;
– A fixação de efetivos para o Quadro de Oficiais da Arma de Aviação e
– A transferência para a nova Arma de diversos militares oriundos de outras armas.

Em 1928, foram declarados Aspirantes-a-Oficial, da 5ª Arma, os cadetes da primeira turma de Aviação.

Como consequência da Revolução de 1930, foi criado pela Aviação Militar, no Campo de Marte/SP, o Destacamento de Aviação de São Paulo. Essa unidade aérea teve importante papel para as operações do Correio Aéreo Militar e, em 1934, passou a constituir o Núcleo do 2° Regimento de Aviação.

Em 1931, foi criado, no Campo dos Afonsos/RJ, o Grupo Misto de Aviação, unidade independente da Escola de Aviação Militar. Dois anos depois, o Grupo se transformou no 1º Regimento de Aviação.

No mesmo ano tem início o Correio Aéreo Militar (CAM), que iria trazer repercussões profundas na evolução da Aviação Militar e no desenvolvimento do Brasil. As aeronaves da Aviação Militar cruzaram, de Norte a Sul, as mais remotas regiões do nosso País.

Na Revolução de 1932, a Aviação Militar teve o seu verdadeiro batismo de fogo. As missões aéreas realizadas abrangiam o emprego de aviões militares em reconhecimentos, bombardeio horizontal, bombardeio picado com aviões, regulação do tiro de artilharia, permanência no ar para cobertura de áreas, escolta de caça, ligação e lançamento de folhetins.

Em 1933, foi estabelecida a reestruturação e a ampliação da Aviação Militar, com a criação de 6 (seis) novas Unidades. Em Santa Maria/RS (3º Regimento de Aviação), em Belo Horizonte/MG (4o Regimento de Aviação), em Curitiba/PR (5º Regimento de Aviação), em Fortaleza/CE (6o Regimento de Aviação), no Mato Grosso (Destacamento de Aviação de Campo Grande); e, em 1936, o 7o Regimento de Aviação, em Belém do Pará.

Dentro de um processo de expansão e evolução do Campo dos Afonsos, foram criados o Parque Central de Aviação e o Depósito Central de Aviação.

Com visão estratégica e atendendo o projeto de uma nova força armada independente, é criado, em 1941, o Ministério da Aeronáutica e a Força Aérea Brasileira, com a junção de toda a estrutura (pessoal, aeronaves, materiais e bases) da Aviação Naval e Aviação Militar. Terminava a 2ª Fase da Aviação do Exército.

Destarte, horando o legado dos pioneiros da Aviação Militar, os integrantes das Asas da Força Terrestre encerraram, na década de quarenta, um ciclo de muitas realizações, com um legado sem precedentes para a Aviação no Brasil e na Força Terrestre.

Neste dia, relembrando a História da Aviação Militar e a Criação do Serviço de Aviação Militar, celebramos a coragem, a determinação e o amor à profissão dos especialistas de aviação de ontem, hoje e sempre.

SALVE A AVIAÇÃO MILITAR!
AVIAÇÃO! BRASIL!

Taubaté/SP 29 de janeiro de 2023.

FONTE: Espaço Cultural da Aviação do Exército

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