Brasil e Suécia aprofundam cooperação econômica, industrial e tecnológica

Em Estocolmo, secretário-executivo Marcos Jorge de Lima co-presidiu segunda reunião da Comissão Mista Brasil-Suécia de Cooperação e participou da abertura do 6º Workshop Brasil-Suécia em Aeronáutica

O secretário-executivo do MDIC, Marcos Jorge de Lima, e o secretário de Estado para Assuntos da União Europeia e Comércio da Suécia, Oscar Stenström, presidiram, nesta quarta-feira (25), a segunda reunião da Comissão Mista Brasil-Suécia sobre Cooperação Econômica, Industrial e Tecnológica (Comista). Durante o encontro, no Ministério dos Negócios Estrangeiros da Suécia, em Estocolmo, foram tratados temas estratégicos da relação bilateral.

“A expectativa de aprofundamento das iniciativas de cooperação aqui discutidas visa promover o comércio e investimentos qualificados, contribuindo para a geração de empregos e ganhos tecnológicos. Como parceiros, os ganhos têm potencial de serem maiores e de gerarem, numa espiral ascendente, o estímulo para o desenvolvimento mútuo”, disse o secretário-executivo do MDIC no início da reunião.

Durante três horas, técnicos e autoridades dos dois países discutiram formas de ampliar parcerias em áreas de interesse comuns como como tributação, investimentos, acesso a mercados. O secretário Oscar Stenström informou que a Suécia lançou um programa de cooperação chamado “Join Us On Co-Creation” em áreas também consideradas prioritárias pelo Brasil, o que deve aprofundar a cooperação bilateral nas áreas de Bioeconomia, smarctcities, e ciências da saúde.

Alem disso, a Suécia manifestou apoio à adesão brasileira à Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A adesão pode significar o fortalecimento do Brasil como ator global e a participação do país na definição de parâmetros e regras internacionais. O pedido foi apresentado pelo Brasil em maio deste ano. “A acessão do Brasil é um plano consistente com a visão deste governo de melhor integrar a economia brasileira ao resto do mundo, tanto aos fluxos de comércio de bens e serviços como a de investimentos estrangeiros. Isto aumentaria a competitividade da economia brasileira e o crescimento potencial do país. Assim, agradecemos ao governo sueco por todo o apoio para a nossa candidatura como membro pleno dessa Organização”, declarou Marcos Jorge durante a reunião. Além disso, a Suécia voltou a manifestar apoio ao progresso e à conclusão do Acordo Mercosul-União Europeia.

O secretário-executivo do MDIC apresentou, ainda, um panorama da economia brasileira em recuperação, falou da melhora do ambiente de negócios, das reformas e medidas para fortalecer o setor industrial, como a proposta de reestruturação do sistema de propriedade intelectual no Brasil e a desburocratizacao, que tem sido conduzida com prioridade.

“Este ano o presidente Michel Temer criou o Conselho Nacional para a Desburocratização – o Brasil Eficiente, com o objetivo de simplificar questões administrativas, modernizar a gestão e melhorar prestação de serviços públicos. O MDIC, neste mesmo contexto, também implementou ações de simplificação de normas, ações e processos internos”, afirmou o secretário.

Também participaram da Comista o subsecretário-geral de Cooperação Internacional, Promoção Comercial e Temas Culturais do Brasil, embaixador Santiago Mourão, que co-presidiu a reunião, o embaixador do Brasil na Suécia, Marcos Pinta Gama, o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão do Brasil, Jorge Arbache, e o diretor da Área Financeira do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), Carlos da Costa, além de outros representantes dos governos brasileiro e sueco.

6º Workshop Brasil-Suécia em Aeronáutica

No início da manhã, o secretário-executivo do MDIC participou da abertura do 6º Workshop Brasil-Suécia em Cooperação Aeronáutica, no Royal Institute of Technology (KTH) em Estocolmo, com a participação de pesquisadores e empresários brasileiros. A organização do evento é uma parceria do governo brasileiro (MCTIC, CNPq, ITA) com o Programa Innovair, instituição do Governo sueco responsável pela política para o setor aeronáutico em cooperação com o Instituto Real de Tecnologia (KTH). O trabalho é coordenado pelo Grupo de Alto Nível Brasil Suécia em Aeronáutica (GAN), presidido pelo MDIC.

Durante sua fala, Marcos Jorge parabenizou as iniciativas do Ministério da Ciência e Tecnologia Inovações e Comunicações do Brasil (MCTIC), de custear a vinda de 15 pesquisadores e empresários para o evento; e do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB) e do o Instituto Euvaldo Lodi – vinculado à Confederação Nacional da Indústria -, por organizarem a viagem dos representantes da Mobilização Empresarial para a Inovação como parte das atividades da missão à Suécia. “O setor aeronáutico é uma importante área com foco em alta tecnologia tornando difícil a liderança de mercados para companhias e nações sem cooperação”, concluiu.

Empresas suecas no Brasil

Segundo dados da Embaixada da Suécia, existem hoje em torno de 220 empresas suecas no Brasil e que empregam aproximadamente 60.000 pessoas, além de movimentarem mais de 30 bilhões de coroas suecas (SEK) por ano- cerca 11,7 bilhões de reais. Grande parte das empresas suecas está localizada na região de São Paulo e, por isso, a cidade é frequentemente chamada de ‘a segunda maior cidade industrial da Suécia’ (depois de Gotemburgo). O Brasil é considerado o parceiro latino-americano mais importante para a indústria sueca e, de longe, é o maior mercado para suas exportações na região.

Intercâmbio Comercial Brasil-Suécia

Em 2016, as exportações brasileiras para o mercado sueco aumentaram 2,2% em relação a 2015, passando de US$ 503 milhões para US$ 514 milhões. O que representa 0,3%, do total de embarques brasileiros ao exterior. Já as importações brasileiras da Suécia, no ano passado diminuíram 15,6% em relação a 2015, passando de US$ 1,152 bilhão para US$ 972 milhões. O que representou 0,7% das compras externas brasileiras em todo o mundo, no mesmo período.

Os principais produtos brasileiros exportados para a Suécia no ano passado foram: minérios de cobre e seus concentrados (40,4%); café cru em grão (18,9%); ferro-ligas (9,4%); carne de bovino congelada, fresca ou refrigerada (5,8%); chassis com motor e carroçarias para veículos (5,2%); e motores para veículos automóveis e suas partes (3,4%). Já os principais produtos importados pelo Brasil da Suécia em 2016 foram: partes e peças para veículos automóveis e tratores; (17,3%); medicamentos para medicina humana e veterinária (7,2%); rolamentos e engrenagens, suas partes e peças (5,1%);produtos laminados planos de ferro ou aços (4,4%); partes de motores para veículos automóveis (3,0%);

No ano passado, 436 empresas brasileiras realizaram exportações para o mercado sueco e 2.023 importaram da Suécia. Em 2017, no período de janeiro a setembro, o número de empresas brasileiras que compram ou vendem produtos para o mercado sueco vem aumentando. O MDIC registrou um crescimento de 4,4% de exportadores brasileiros para a Suécia (17 empresas a mais) e um acréscimo de de 3,6% nos importadores brasileiros de produtos da Suécia (64 empresas a mais). Assim, existem atualmente, no Brasil, 2.265 empresas, que relacionam-se comercialmente com o mercado sueco, comprando ou vendendo mercadorias. Sendo 1.865 exportadores, e 400 importadores.

FONTE: MDIC

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