Brasil não vai abrir mão dos projetos prioritários da Defesa, diz presidenta Dilma

Temer e Dilma
Dilma ao lado de Michel Temer – Foto: Roberto Stuckert Filho

Por Alexandre Gonzaga

Brasília, 16/12/2015 – A presidenta da República, Dilma Rousseff, recebeu, nesta quarta-feira (16), os cumprimentos dos 99 oficiais-generais da Marinha, Exército e Aeronáutica que foram promovidos ao posto no ano de 2015. No tradicional almoço de fim de ano, com a presença do vice-presidente, Michel Temer, e do ministro da Defesa, Aldo Rebelo, a presidenta destacou os projetos estratégicos de defesa que estão em desenvolvimento nas Forças Armadas. “Meu governo compreende a importância de desenvolvermos a base industrial de defesa brasileira e nos capacitarmos tecnologicamente em áreas estratégicas”, disse.

Ela assegurou que os projetos prioritários não serão comprometidos. “Afinal, face aos imperativos de defesa do século XXI, não podemos abdicar do pleno desenvolvimento de nossos setores nuclear, cibernético e aeroespacial. Mesmo o Brasil sendo reconhecido em muitas áreas como um poder suave, mas mesmo assim ele tem que ser poder”.

Dilma citou como exemplos estratégicos o Programa Nuclear da Marinha e o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). “Em Aramar (SP) e em Itaguaí (RJ) etapas importantes foram concluídas durante meu governo, e consagraremos nossa condição de país autônomo em termos de domínio da tecnologia nuclear e dotado dos meios apropriados para a dissuasão em nossas águas jurisdicionais”, afirmou.

No tradicional almoço de fim de ano, a presidenta destacou os projetos estratégicos de defesa que estão em desenvolvimento nas Forças – Foto: Gilberto Alves

A presidenta também lembrou do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFON), que está centralizado em Dourados (MS) e que já atingiu 64% de sua execução em 2015, além do blindado Guarani, com 90% de conteúdo nacional, além do projeto FX-2 (Gripen NG) e do cargueiro KC-390.

“Reconhecemos que o papel das Forças Armadas, internacionalmente nos países desenvolvidos, tem sido um fator extremamente relevante na expansão, criação e difusão de tecnologia. A indústria de defesa em todos os países ocupa uma função essencial na necessidade de se modernizar e de se apropriar dos últimos conhecimentos”.

Sobre a carreira militar, a presidenta reafirmou o compromisso de prosseguir com a sua valorização. “Essa valorização é necessária e justa, em face do sacrifício exigido pela carreira, e eu me comprometo a dar sequência a este processo, que sempre nos atraiu a atenção e a preocupação”, complementou a presidenta.

Dilma Rousseff disse ainda que a história do Brasil se confunde com a das Forças Armadas. “O ministro Aldo Rebelo tem uma importância na recuperação histórica desta questão, porque o Brasil afirma pouco esta história”, complementou a presidenta. Ela lembrou que os patronos deste processo – marquês de Tamandaré, duque de Caxias, Santos Dumont, marechal Floriano Peixoto – remetem aos ideais de paz, liberdade, união, coragem e inventividade, e são exemplos para o Brasil, porque guardam valores acima de interesses pessoais.

A presidenta desejou êxito aos novos almirantes, generais e brigadeiros. Na Marinha do Brasil, 21 oficiais subiram ao posto de almirante; no Exército, 37 ascenderam a generais; enquanto na Força Aérea Brasileira, 25 oficiais foram promovidos a brigadeiro.

“O Brasil seguirá atento e necessitando da defesa das nossas fronteiras, afirmando-se como país da maior biodiversidade na nossa Amazônia Verde e necessitará da proteção das nossas riquezas na Amazônia Azul e na amplidão do nosso espaço aéreo, e principalmente, na defesa do povo brasileiro, o nosso maior patrimônio”, finalizou a presidenta Dilma.

Foto: Gilberto Alves

O ministro da Defesa, Aldo Rebelo, ressaltou o papel das instituições militares no Brasil. “São instituições fundadoras da nossa nacionalidade, construtoras do Estado brasileiro e criadoras de valores que cimentam a identidade mais profunda e o sentido de permanência da nossa nacionalidade. São instituições que ajudaram a criar a ideia de Brasil quando ela não existia. Ajudaram a fazer a escolha de um Brasil e não de dois, três ou mais Brasis”, declarou.

Aldo disse que essas instituições carregam até hoje a dualidade das missões: defender a pátria e construir o Brasil. “Constroem materialmente, com a ciência e tecnologia; socialmente, dando assistência a populações desassistidas levando médicos e médicas das três Forças Armadas; e espiritualmente, com exemplo de seus líderes”.

Ele enfatizou que esses líderes, com abnegação, deram um passo à frente da nacionalidade, como Caxias, Osório, Tamandaré, Othon Correia Netto, Maria Quitéria, e que ajudaram a forjar os valores morais que guiam as Forças Armadas de hoje, com patriotismo e espírito de renúncia, a dedicação ao serviço, disciplina e obediência.

Já o comandante o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, saudou a comandante suprema das Forças Armadas pela passagem do seu aniversário na última segunda-feira (14). Disse que o Brasil vai assumindo crescente protagonismo no cenário mundial, e tal envergadura exige do país “capacidade concreta de dissuasão, a partir do domínio de ferramentas e processos de geração e projeção de forças que indiquem com nitidez que o interesse nacional será respaldado pela vertente militar, onde e quando for necessário”.

Para isso, o general expressou que é preciso contar com Forças Armadas modernas e integradas na operação de sistemas tecnológicos avançados . “Temos a convicção que o Brasil não será grande sem um sistema de defesa capaz de respaldá-lo”.

Ele mencionou que o Ministério da Defesa e as Forças Armadas se empenham em avançar na transformação a partir de projetos indutores, como sistemas de monitoramento e controle, submarinos convencionais e de propulsão nuclear, caças, aeronaves de transporte, satélites, defesa antiaérea, mísseis, foguetes, forças blindadas e defesa cibernética.

“Ainda estamos por completar a tarefa geohistórica de ocupar e integrar nosso gigantesco território, garantir progresso, bem-estar e segurança da nossa gente”, concluiu o general.

FONTE: Asscom

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