Como ocorreu o acidente com o KC-137 da FAB no Haiti

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O KC-137 FAB “2404” do 2º/2ºGT após o acidente. È possível ver que o trem de pouso se quebrou e a aeronave sofreu sérias avarias na parte inferior da fuselagem. O motor que se incendiou fica na asa direita (Foto Thony Belizaire/AFP)

Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com 143 militares a bordo sofreu um grave acidente quando decolava ontem à tarde no Aeroporto Internacional de Porto Príncipe, capital do Haiti. A aeronave sinistrada é do tipo Boeing 707, modelo militar KC-137 (transporte e reabastecimento em voo), que recebeu o apelido de “sucatão” (dado pela grande imprensa) quando serviu à Presidência da República na gestão Lula. Não houve feridos. O avião levava para Manaus 131 militares da Minustah (Missão de Paz da ONU no Haiti), comandada militarmente pelo Brasil, que haviam encerrado a sua missão no Haiti. Os demais 12 ocupantes eram da tripulação (Aeronáutica). Segundo relatos de militares brasileiros, as panes e problemas técnicos dos KC-137 já eram uma constante, devido a idade avançada da frota, em que pese a excelente manutenção realizada pela FAB, mas nunca chegando ao ponto de gerar um incidente desta gravidade.

Segundo fontes locais , uma das turbinas (o 707 tem 4 motores) explodiu ou incendiou-se durante a decolagem. O piloto, demonstrando grande perícia e sangue frio, conseguiu desligar os motores restantes e cortar o combustível. Ao voltar à pista para um pouso de emergência, o trem de pouso do avião colapsou e a aeronave se arrastou “de barriga”. A FAB informou, em nota, que já está investigando as causas do acidente. Os KC-137 tem quatro décadas de uso na FAB e estão prestes a serem substituídos por jatos mais modernos. A licitação, denominada KCX-2, foi vencida pela  empresa Israel Aerospace Industries – IAI, que converterá aeronaves comerciais Boeing 767-300ER em plataformas capazes de realizar reabastecimento em voo, transporte estratégico de carga e tropa e evacuação aeromédica, de acordo com os requisitos formulados pela Força Aérea Brasileira.

O Projeto KC-X2  foi instituído pelo Estado-Maior da Aeronáutica (EMAER) em 2008 e conduzido pela Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), que buscou as melhores soluções existentes no mercado, considerando requisitos técnico-operacionais, logísticos, industriais e de compensação comercial e tecnológica para o estado brasileiro. Os antigos KC-137 foram fabricados na década de 1960 e faziam parte da frota da VARIG até serem incorporados à FAB em 1986, tendo sido empregados após modificações realizadas nos EUA, em missões operacionais e humanitárias de grande relevância para a Força Aérea Brasileira e para o Brasil.

FONTE: T&D

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