CRUZEX Flight 2013 – Entrevista exclusiva com o Cel. Keith Colmer da USAF

F-16-USAF-chegando-para-pouso

Devido ao intenso trabalho para organizar o retorno das aeronaves aos EUA, o Coronel Keith Colmer – Assessor da Guarda Aérea Nacional – ANG 12 AF (AFSOUTH)/CG, só hoje pode nos enviar as respostas às perguntas do DAN.

“Nós realmente apreciamos o seu país e o exercício. A Força Aérea Brasileira fez um ótimo trabalho!”

Defesa Aérea & NavalO que diferencia a missão de seu esquadrão aqui no Brasil, já que o mesmo tem como missão básica, a proteção da capital do seu país ?

Cel Colmer – O 113 Wing do Distrito de Columbia tem os mesmos conjuntos de missão praticados por todos os nossos F-16 na USAF. Estes incluem missões ar-ar (DCA/OCA-Defensive Counter-Air and Offensive Counter-Air) e ar-solo (Close Air Support-CAS, Strike, etc.). A missão de proteger a Capital ou National Capitol Region (NCR) é atualmente a missão secundária do 113 Wing. Eles normalmente só dedicam dois ou três de suas 18 aeronaves para esta missão. Durante a CRUZEX, realizamos missões primárias normais para o F-16 e o 113 Wing, principalmente DCA e OCA, então não houve realmente muita mudança!

DANExiste algum tipo de preparação diferente em comparação com outras unidades da USAF?

Cel Colmer – O treinamento para todos os caças F-16 da USAF (incluindo a ANG), é muito similar. Todos eles continuam a treinar missões ar -ar e ar -terra. Algumas unidades da ANG tem uma missão secundária de Controle Aeroespacial de Alerta (ACA), que é basicamente a proteção do espaço aéreo crítico e/ou recursos, como o 113 Wing na NCR. Alguns dos esquadrões de F-16 da ativa, também realizam missões SEAD (Supressão das Defesas Aéreas Inimigas). Estes são os F-16 Block 50.

DAN – O F-16 do 113 Wing recebeu atualizações comuns a toda a frota?

Cel Colmer – A maior parte dos F-16 da ANG são F-16 Block 30F e eles têm aviônicos e armamentos comuns. O restante dos F-16s da ANG e os da ativa, são Block 40 e Block 50, aeronaves mais recentes, mas também tem o mesmo set de aviônicos e armas agora. Os dois grupos têm diferentes terminologias para a atualização. SCU (System Capability Upgrade) para a frota do Block 30 e CCIP (Common Configuration Implementation Program) para os F-16 Block 40/50, mas não têm as mesmas capacidades básicas entre eles.

DAN – Como foi operar com os F-16 de países tão distintos e que tipo de aprendizagem colheu?

Cel Colmer – O maior desafio foi trabalhar com as diferentes experiências de linguagem, utilizando o Inglês como língua comum. Além disso, cada Força Aérea presente, possui doutrinas e táticas diferentes. Tivemos que trabalhar com cuidado para garantir que a nossa terminologia e sua compreensão fosse significativa, no mesmo sentido, para todos que estavam indo voar juntos. No geral, nós fomos capazes de aprender muito com cada um dos países participantes e esperamos ter sido capazes de repassar algumas de nossas melhores lições e procedimentos, para podermos melhorar a nossa forma de trabalhar juntos. O objetivo principal para os EUA é construir relacionamentos duradouros com os pilotos e tripulantes de cada um dos países, para que no futuro, os nossos laços sejam mais fortes e possamos operar conjuntamente em esforços de ajuda humanitária ou em operações de contingência. Acho que fomos muito bem sucedidos nesse aspecto.

DAN – Quanto tempo mais o 113 Wing vai operar o F-16 B30F?

Cel Colmer – A estrutura da força de nossa frota de F-16, está sempre mudando, então nada é certo. As últimas estimativas que eu vi para a frota de Block 30, é voar até 2025.

DAN – Qual foi o último deployment overseas no exterior e para onde foi?

Cel Colmer – A USAF tem sempre esquadrões operando no exterior. O nosso atual teatro de operações é o Afeganistão, mas também tivemos a presença por longo período na Coréia do Sul. Para o 113 Wing, eu acredito que o último deployment no exterior foi para o Afeganistão.

DAN – Seu esquadrão tem alguma tradição que o diferencia de outras unidades da USAF? Qual foi o critério para a escolha de sua unidade para vir ao Brasil?

Cel Colmer – Na verdade eu sou o Assessor da Guarda Aérea Nacional de AFSOUTH em Davis- Monthan AFB, em Tucson. Meu chefe, o Lt General Tod Wolters é o responsável pelas operações aéreas dos EUA, exercícios e intercâmbios no Caribe, América Central e América do Sul. Eu também sou um piloto de F-16 e piloto de testes, mas a minha principal função é coordenar a participação das forças da Guarda Nacional –  ANG no AFSOUTH AOR. A Guarda Nacional foi escolhida para fornecer pessoal e aeronaves para apoiar a CRUZEX, e pedimos voluntários. No final, nós trouxemos o 113 Wing do DC ANG com seus caças F-16, a 161 Air Refueling Wing (ARW) de Phoenix, Arizona com um KC-135 e o 129 Rescue Wing (RQW) de Moffett Field, perto de San Francisco, com sua experiência de resgate de combate (2 rescuemen e um piloto de MC-130).

DAN – O 113 Wing trouxe algum piloto de outro esquadrão para CRUZEX?

Cel Colmer – Eu voei com o 113 Wing durante a CRUZEX. Eu normalmente voo no ANG AFRC Test Center e no 152 Fighter Squadron em Tucson, Arizona. Também trouxemos o piloto do MC-130 do 129 RQW. Ele planejou e voou nos aviões C- 105 e C-130 da Força Aérea Brasileira, para troca de experiências.

NOTA DO EDITOR: O Defesa Aérea & Naval agradece ao Coronel Keith Colmer, pela pronta resposta as nossas perguntas referentes ao esquadrão 113 Wing da Guarda Nacional do Distrito de Columbia – DC ANG.

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