DESAER – Surge uma nova fábrica de aeronaves no Brasil

Por Luiz Padilha

Criada em 2017 por profissionais oriundos de Programas de Demissão Voluntária (PDVs) de empresas nacionais, a DESAER é uma empresa 100% nacional, sediada na Incubaero da Fundação Casimiro Montenegro Filho -ITA, um dos institutos de tecnologia e desenvolvimento dentro das instalações do DCTA -Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial em São José dos Campos (SP).



Seus engenheiros identificaram a necessidade de se construir no Brasil, uma aeronave que viesse a substituir o conceitualmente ultrapassado EMB-110 Bandeirante, fabricado pela Embraer. Após identificar as necessidades do mercado privado e militar desta categoria de aeronave, a DESAER projetou a aeronave ATL-100 que terá seu lançamento oficial no próximo dia 17 de outubro em São José dos Campos – SP.

A aeronave foi concebida para atuar nos mercados abaixo:

Para atender aos clientes desses mercados, a aeronave terá como características básicas, a capacidade de transportar 21 passageiros, com MTOW de 19.000lbs, IFR, operar em pistas curtas e não pavimentadas, carregar e descarregar em pequenos aeródromos com pouca ou nenhuma capacidade de apoio em solo, de fácil manutenção e baixo custo operacional.

Uma das características marcantes desta nova aeronave está na sua rampa de carga, a qual permite ao ATL-100 receber até 3 pallets LD3 na versão fullcargo, versões quick-change para ambulância, evacuação humanitária e paraquedistas equipados, podendo também vir a ser equipado para realizar missões de patrulhamento, vigilância, inteligência e reconhecimento.

O ATL-100 será uma aeronave com trem de pouso fixo, 2 motores com 1.000SHP de potência cada um, painel totalmente digital com 3 telas de 14″ (Rockwell Collins é uma das empresas que concorrem ao sistema de aviônicos da aeronave), e quando pronta terá um alcance maior que 1.600km com carga de 2.500kg e sem carga, podendo chegar até 2.300km, com uma velocidade máxima aproximada de 430 km/h.

O conceito de construção é moderno e a capacidade de produção deverá ser rápida após o início de sua fabricação, pois com o parque aeronáutico da região, o índice de nacionalização deverá ser alto.

Comparativo de dimensões com outras aeronaves do mesmo segmento

Sem dúvida alguma, esta é uma boa notícia para a indústria aeronáutica brasileira, e esperamos que esse modelo possa servir/atender num futuro próximo tanto ao Exército Brasileiro, a Força Aérea Brasileira e a Marinha do Brasil.




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