Embraer e Boeing querem fabricar cargueiro nos EUA

Por Vanessa Adachi

A Boeing e a Embraer negociam a instalação de uma linha de montagem do novo cargueiro militar KC-390 nos Estados Unidos. Seria uma segunda linha, adicional à já existente em Gavião Peixoto, no interior paulista.

O projeto faz parte do acordo pelo qual a fabricante americana de aviões pretende adquirir o controle da unidade de aviação comercial da Embraer. A área de produção de aviões militares não será vendida, mas esse acordo adicional permitirá a criação de uma joint venture para a instalação da fábrica do KC nos EUA. Nessa nova empresa, a Embraer seria controladora, com 51% do capital, e a Boeing, 49% – percentuais ainda em discussão. Toda a operação depende da aprovação dos acionistas das duas empresas e do governo brasileiro.



Informações sobre a linha de montagem do KC nos EUA foram publicadas em relatório do Bank of America, assinado por Ronald Epstein, analista do setor aéreo. A Embraer não quis se manifestar sobre o assunto, mas o Valor apurou que executivos da empresa têm falado no exterior sobre a fábrica, que ainda não tem localização definida.

O KC “made in USA” seria montado naquele país com as mesmas peças usadas na produção do cargueiro no Brasil. Essa americanização abre dois novos mercados para a Embraer: o próprio mercado americano, que inclui a Força Aérea, e o das nações aliadas dos EUA dentro do programa “Foreign Military Sales” (FMS).

O KC, ainda em fase de testes e certificação, é um cargueiro para apoio logístico em missões militares, a ser usado para transporte de cargas, abastecimento etc. A primeira entrega do avião, para a Força Aérea Brasileira, estava prevista para este ano, mas foi adiada para 2019. Em maio, durante testes em terra, a aeronave saiu da pista e foi danificada.

A joint venture usufruiria dos benefícios do poder de compra de peças e componentes da Boeing, o que deve baratear os custos de fabricação. Existem hoje cerca de 3,7 mil cargueiros em operação no mundo, com idade média de 35 anos. Isso gera um potencial de mercado de 2 mil unidades em 20 anos.

FONTE: Valor Econômico



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