Entrevista com a Åsa Juskär – gerente geral do novo escritório da Saab em Anápolis

Um novo escritório da Saab foi inaugurado em dezembro para acompanhar as atividades da Força Aérea Brasileira (FAB) e os funcionários da Saab que atuam na Base Aérea de Anápolis (BAAN).

À Saab em Foco, Åsa Juskär, gerente geral do escritório, contou quais serão as atividades no local e a importância de estar próximo ao cliente.

Saab em Foco: Qual o objetivo de ter um escritório da Saab em Anápolis?

Åsa Juskär: A Saab precisa estar presente em Anápolis para apoiar a entrega dos caças e o programa de suporte e manutenção do Gripen. De acordo com o contrato, durante quatro anos funcionários da Saab trabalharão dentro da BAAN, junto com técnicos da FAB para dar todo o suporte necessário à operação. É importante estarmos na cidade e próximos do cliente. A estrutura garante que tenhamos boas relações com a FAB, além de condições de trabalho bem estabelecidas e com conex ões seguras com a Suécia.

SF: Quem são esses profissionais que estarão baseados em Anápolis?

AJ: Será uma mistura de pessoas que vão morar aqui por 1, 2 anos ou mais. Ao todo, cerca de 10 funcionários suecos e brasileiros estarão em atividades administrativas, de logística, além de técnicos, pilotos e instrutores.

SF: Que tipo de trabalho será realizado no escritório?

AJ: O local será um apoio administrativo, com a responsabilidade de adquirir e administrar o que for necessário para a manutenção e suporte das aeronaves no país. O espaço também conta com infraestrutura para apoiar os funcionários da Saab em seu trabalho diário e receber os visitantes suecos, que serão muitos nos próximos anos.

SF: Quais foram os principais desafios antes que o escritório pudesse estar funcionando?

AJ: Começamos o projeto ainda durante a pandemia, então os desafios não foram poucos. Não pude visitar Anápolis até setembro de 2021. Todas as discussões iniciais com no Brasil e em Linköping foram feitas diretamente da cozinha de minha casa! Não foi nada fácil montar um time e criar relações fortes por teleconferência, mas todos nós passamos por isso durante a pandemia. O apoio das equipes de São Bernardo, São Paulo e Brasília, e do time de TI foram cruciais para a realização do projeto.

SF: Como tem sido a sua experiência no Brasil e em Anápolis?

AJ: Anápolis é uma cidade simpática, segura e com pessoas muito amigáveis. Não posso reclamar. Fui muito bem recebida e já tive a oportunidade de fazer novos amigos. O escritório é pequeno então todos se ajudam. Temos uma cultura de trabalho saudável na Saab que prioriza não apenas o bom funcionamento do trabalho, mas também um ótimo relacionamento entre os colegas e o cliente. No meu tempo livre aproveito para passear pela cidade e para fazer algumas viagens curtas de fim de semana, como para Pirenópolis, para me reconectar com a natureza.

SF: Como é a relação dos funcionários da Saab com a Força Aérea Brasileira em Anápolis?

AJ: Nós nos reencontramos com alguns técnicos da FAB que conhecemos na Suécia, quando foram realizados seus treinamentos em Linköping. A equipe local da FAB é muito simpática e nos recebeu bem aqui. Desde julho acompanhamos de perto as instalações dos equipamentos de suporte, como os simuladores de voo do Gripen.

SF: Que tipo de serviços de reparos serão feitos na BAAN?

AJ: Na BAAN serão realizados reparos de 2º nível de manutenção em componentes dos sistemas hidráulico, pneumático e de combustível do Gripen. Haverá também oficinas de bateria, freio, rodas, tanques externos (drop tanks), AEA (Aircrew Equipment Assembly), ou seja, equipamentos do piloto (como máscara, traje anti-G e capacete). A FAB também terá uma oficina de motores com capacidade de substituir os módulos do motor GE F414. Todas as inspeções na aeronave serão realizadas na BAAN.

SF: O que você considera ser seu maior desafio, profissional e pessoal, nessa jornada?

AJ: Um desafio profissional com certeza é relacionado às complexas leis fiscais brasileiras para questões como compra, transporte, e importação de peças. Tenho muito a aprender em relação às regras de contabilidade, mas ainda bem que posso contar com a ajuda de colegas que são especialistas no assunto. Pessoalmente devo dizer que o Português é uma língua difícil e poucas pessoas falam inglês em Anápolis. Estou praticando, mas vou precisar me dedicar mais às aulas, pois conseguir se comunicar na língua local de maneira adequada vai facilitar muito a minha vida.

FONTE: Saab em Foco

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