FAB supera 2 mil órgãos transportados para transplante

A Força Aérea Brasileira (FAB) desempenha um papel crucial na cadeia da doação de órgãos no Brasil, contribuindo significativamente para salvar vidas e oferecer esperança a pacientes em lista de espera por transplantes. A FAB garante que órgãos sejam transportados com segurança e rapidez para os hospitais designados, reduzindo significativamente o tempo de espera e aumentando as chances de sucesso nos transplantes.

De acordo com o Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), responsável pelo planejamento das missões que envolvem aeronaves da FAB, foram transportados 130 órgãos apenas no período de junho a dezembro de 2023. Este ano, no dia 17/03, a FAB superou 2.000 órgãos transportados, em 1.787 missões realizadas de 2016 a 2024. Fígado e coração são os órgãos mais transportados.

O Sexto Esquadrão de Transporte Aéreo (6º ETA) – Esquadrão Guará, situado em Brasília (DF) transportou dois rins e um fígado, atingindo a marca de 2.000 órgãos transportados. Atualmente, o Esquadrão é o que mais realiza esse tipo de missão na FAB e conta com quatro aeronaves operacionais: C-95 Bandeirante, C-97 Brasília, C-98 Caravan e U-100 Phenom.

O Comandante do 6º ETA, Tenente-Coronel Aviador Daniel Rodrigues Oliveira, destacou a prontidão do Esquadrão. “Estamos extremamente orgulhosos de ter concluído o 2000º transporte de órgãos realizado pela Força Aérea Brasileira, conduzido por uma aeronave do Sexto Esquadrão de Transporte Aéreo. Esta conquista é um testemunho do compromisso incansável e da dedicação exemplar de nossa equipe. É uma honra para nós desempenhar um papel tão crucial em missões que salvam vidas e fortalecem nossa nação”, disse.

Exemplo

A jovem Alicia Alves Silva, aos dois anos de idade, recebeu um coração novo e saudável que foi transportado pela Força Aérea. “Hoje eu vejo a FAB como uma Instituição que faz parte diretamente da minha família, pessoas que tive o privilégio de conhecer depois e agradecer pessoalmente por tudo que fizeram por nós. Um papel memorável, de extrema grandeza. Somos muito gratos pela FAB ter transportado o coração da Alicia com tanto zelo”, disse Giselly Alves, mãe da jovem.

Cadeia de Acionamento

A missão de Transporte de Órgãos, Tecidos e Equipes (TOTEQ) é iniciada quando a Central Nacional de Transplantes (CNT) é informada por alguma Central Estadual sobre a existência de órgão ou tecido em condições clínicas para o transplante. A CNT aciona as companhias aéreas para verificar a disponibilidade logística. Se houver voo compatível, os aviões comerciais recebem o órgão e levam ao destino.

Quando não há disponibilidade logística das companhias aéreas, a Central recorre a FAB, uma ou mais aeronave para a captação e transporte de material ou equipes. A pronta-resposta da FAB é fundamental para o sucesso da sensível missão de transporte de órgãos e tecidos. A segurança e rapidez das aeronaves, aliado ao profissionalismo de equipes especializadas, permitem que a Instituição garanta que órgãos sejam conduzidos de forma eficiente para hospitais designados, aumentando significativamente as chances de sucesso nos transplantes.

Os pedidos chegam à Força Aérea por meio de uma estrutura montada no Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), em Brasília (DF). De lá, avalia-se qual a unidade será acionada para realizar o transporte.

Aparato Legal

O Decreto 9.175/17 dispõe sobre órgãos, tecidos, células e partes do corpo humano para fins de transporte e tratamento. Segundo o dispositivo legal, a FAB deve manter uma aeronave sempre disponível para cumprir missões dessa natureza, em atendimento às demandas do Ministério da Saúde (MS).

Ainda, o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) conta com o apoio da Força Aérea para transportar equipes médicas de coleta, que conseguem se mobilizar em menos de duas horas, para buscar o órgão  e levar ao receptor a qualquer hora e em qualquer lugar do Brasil.

O Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), organização do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), é responsável pela coordenação da distribuição dos órgãos para transplante no Brasil, por meio de transporte aéreo.

Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Johny Lucas
Edição: Agência Força Aérea
Fotos: Suboficial Johnson / CECOMSAER e Arquivo Pessoal
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