Futuro astronauta faz o primeiro voo de caça

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O voo de aproximadamente 50 minutos a bordo de um caça F-5 EM, do Esquadrão Pampa (1º/14º GAV), foi uma experiência inédita para Pedro Henrique Dória Nehme, de 23 anos. O jovem é vencedor do concurso da companhia aérea holandesa KLM e, como prêmio, vai se tornar, até o final do ano, o segundo astronauta brasileiro a ir ao espaço.

“Foi muito impressionante. É a primeira vez que senti zero gravidade. Foi indescritível ver o braço voando, o corpo leve, mesmo que ele não estivesse solto”, comemora. A missão foi encerrada com o tradicional “batismo”, um banho de água fria.

O treinamento em uma das unidades da Força Aérea Brasileira (FAB), que aconteceu na terça-feira (16/06), na Base Aérea de Canoas (BACO), no Rio Grande do Sul, faz parte da rotina de preparo para um voo espacial suborbital que deve acontecer ainda este ano. Pela primeira vez, Pedro voou numa aeronave supersônica de alta perfomance, a 38 mil pés (cerca de 12 quilômetros de altura) e a uma velocidade de 1.400 km/h, o que corresponde a aproximadamente 10% a mais que a velocidade do som. O voo foi realizado numa área de instrução a aproximadamente 100 milhas náuticas da Base de Canoas. Na nacele do caça, Pedro viveu a experiência de sentir no corpo a força da carga G (positiva e negativa) e gravidade zero, assim como participou de manobras verticais e de desorientação espacial. “Foi interessante fazer de forma repetida várias manobras para treinar. Isso contribuiu para a percepção do meu corpo e vou lembrar dessa experiência”, afirma.

O futuro astronauta estava acompanhado do Comandante do Esquadrão Pampa, Tenente-Coronel Aviador Ricardo Guerra Rezende. “Foi um voo de alta capacidade de aceleração, subida vertical e carga G. Só em aeronaves de caça é possível simular situações bem parecidas com o voo espacial”, afirma.

Durante todo o dia, Pedro passou também por orientações técnicas, que faz parte do treinamento na FAB. Foram aulas teóricas sobre o caça F-5 EM, com direito a apresentação da aeronave, treinamento de ejeção, simulador para conhecer o painel da aeronave, e aula de fisiologia humana, acompanhado por uma médica especialista em medicina aeroespacial. “Para nós é uma forma de reconhecimento ser designado como a unidade da FAB responsável por esse treinamento”, comenta o comandante do esquadrão.

Pedro Nehme é bolsista da Agência Espacial Brasileira (AEB), instituição que solicitou à Força Aérea Brasileira o treinamento operacional para o jovem astronauta. “A FAB é a única instituição no Brasil que conseguiria oferecer essa capacitação tão próxima da realidade. É hora de avaliar as reações do corpo do estudante, numa espécie de check up geral, e diminuir a ansiedade para o voo espacial”, declara o diretor de Transporte Espacial e Licenciamento, Marco Antônio Vieira de Rezende.

Em abril deste ano, Pedro passou por um treinamento fisiológico no Instituto de Medicina Aeroespacial Brigadeiro Médico Roberto Teixeira (IMAE), onde executou atividades no assento ejetável, na câmara de altitude e na cadeira de Barany.

Para ir ao espaço o estudante já teve que emagrecer 15 kg. Para suportar as condições de um voo espacial suborbital, Pedro teve de iniciar atividades físicas diárias e adotou uma nova alimentação. “Tive que readaptar minha vida e minha alimentação por recomendação médica”, acrescenta.

Além dos exercícios no IMAE, o estudante já realizou treinamento no Nastal Center, na Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde teve aulas sobre ambiente espacial, veículos espaciais, efeitos fisiológicos e psicológicos, aceleração e atuação de diferentes tipos de forças no organismo. Em agosto, Pedro viaja para Star City, na Rússia, na segunda unidade de referência espacial no mundo depois da Nasa. E em outubro, o futuro astronauta vai para Holanda para acompanhar um voo acrobático novamente a bordo de um caça.

Para ir ao espaço o estudante já teve que emagrecer 15 kg. Para suportar as condições de um voo espacial suborbital, Pedro teve de iniciar atividades físicas diárias e adotou uma nova alimentação. “Tive que readaptar minha vida e minha alimentação por recomendação médica”, acrescenta.

Concurso

Pedro Nehme tem 23 anos e é aluno de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB). O concurso da companhia aérea holandesa KLM consistia em acertar a altitude exata em que um balão cheio de hidrogênio, liberado da Terra, explodiria. Pedro concorreu com 129 mil pessoas de todo o mundo e solucionou o problema ao responder 31 quilômetros.

Além dos exercícios no IMAE, ele já realizou treinamento no Nastal Center, na Pensilvânia, onde teve aulas sobre ambiente espacial, veículos espaciais, efeitos fisiológicos e psicológicos, aceleração e atuação de diferentes tipos de forças no organismo. No mês de agosto, Pedro viaja para Star City, na Rússia, na segunda unidade de referência espacial no mundo. Em outubro, o astronauta vai para Holanda para um voo acrobático de caça.

A nave Lynx Mark II, da XCOR Aerospace, é lançada a partir de outra aeronave e em voo solo acelera em direção ao espaço. O aparelho ainda está em fase de desenvolvimento (Foto – XCOR)

O estudante que sempre sonhou ir para o espaço já emagreceu 15 quilos, desde novembro do ano passado. Para suportar as condições de um voo espacial suborbital, Pedro deu início a atividades físicas diárias e adotou uma nova alimentação. “Tive que readaptar minha vida e minha alimentação por recomendação médica”, acrescenta.

O voo espacial vai ser realizado na nave Lynx Mark II, da empresa XCOR Aeroespace. A duração prevista é de uma hora, mas lá em cima serão só cinco minutos. Por enquanto, a viagem ainda não está agendada, mas a previsão é que aconteça até o final deste ano. O estudante será o segundo brasileiro a voar até o espaço. O primeiro foi o astronauta militar Marcos Pontes, em 2006. “Esse treinamento na FAB vai me dar condicionamento e diminuir minha ansiedade. Já me sinto mais preparado”, pontua Pedro.

FONTE: Agência Força Aérea

FOTOS: 2S Fischer Esquadrão Pampa

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