Marinha Portuguesa espera embarcar o primeiro destacamento de drones aéreos ainda este ano




A Marinha portuguesa quer embarcar ainda em 2019 o primeiro destacamento de “drones” aéreos não tripulados, equipamentos que foram testados nesta sexta-feira (20) com sucesso num exercício realizado ao largo de Tróia, envolvendo militares e navios de nove países.

“Aquilo que se pretendo é que, talvez este ano é possível embarcarmos o primeiro destacamento de sistemas aéreos não tripulados”, afirmou o chefe do Estado-Maior da Armada (CEMA), almirante Mendes Calado, em uma coletiva de imprensa a bordo da fragata Álvares Cabral.

Cerca de 852 militares e civis, apoiados por oito navios de guerra e um submarino, estão envolvidos na 10.ª edição do “Recognized Environmental Picture (Maritime Unmanned Systems) — REP (MUS) 19”, o maior exercício de demonstração do uso de ‘drones’ em serviço na marinha, que começou em 9 de setembro e que vai decorrer até dia 27 de setembro.

No cenário fictício, criado esta sexta-feira para testar os equipamentos, um navio é pirateado ao largo da costa da Tróia, no distrito de Setúbal, e três pessoas ficam reféns dentro da embarcação. A Marinha portuguesa mobiliza todos os meios disponíveis e inicia o resgate.

O navio hidrográfico D. Carlos I é ladeado por uma embarcação de assalto, do Destacamento de Ações Especiais (DAE) da Marinha Portuguesa, preparada para iniciar a operação de resgate. Appiando a equipe estão quatro veículos não tripulados: dois de superfície e dois aéreos.

As duas lanchas não tripuladas são pilotadas a partir do Ponto de Apoio Naval de Tróia, uma delas está armada com uma metralhadora na frente, que pode ser comandada para abater alvos remotamente e monitoram a embarcação pirateada a bombordo.

Ao mesmo tempo, o ‘drone’ “Puma” está orbitando a embarcação, provendo vigilância permanente do alvo, enquanto outro drone sobrevoa a embarcação de um ponto mais alto para poder ampliar o campo de visão dos fuzileiros.

As condições para realizar o resgate são avaliadas pelo comando estabelecido a bordo do D. Carlos I e também pelo comandante do grupo de assalto, que conseguem ver tudo o que os veículos não tripulados captam, de todos os ângulos.

Para o CEMA, uma das vantagens de ter estes sistemas apoiando os navios de busca e salvamento é poder ter vigilância avançada, identificando as ameças e “poder setorizar o esforço” dos navios portugueses e da NATO, com o “auxílio de um horizonte mais amplo”.

O Comandante Naval da Marinha, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, explicou que, para desenvolver estes veículos, foi necessário “reunir a academia, a indústria e as forças armadas” de vários países.

De acordo com a informação da Marinha portuguesa, estiveram envolvidos no desenvolvimento destas tecnologias oito centros de investigação/universidades e 17 indústrias de diversas nações, além de terem sido necessárias 1.146 horas de navegação.

O vice-almirante Gouveia e Melo afirmou que “a Marinha terá sempre que operar com navios” e que os veículos não tripulados vão complementar e multiplicar as capacidades. “Quanto mais cedo chegarmos a esse mundo, dos veículos não tripulados, mais cedo conseguiremos multiplicar a nossa capacidade e o nosso valor a custos razoáveis”, considerou o Comandante Naval.

FONTE E FOTO: Agência Lusa/Marinha Portuguesa




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