Nos 100 anos da Aviação Naval, Ministro da Defesa homenageia piloto desaparecido

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Por Luiz Padilha

100 anos da Aviação Naval

O ministro Raul Jungmann e o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), Almirante-de-Esquadra Ademir Sobrinho, chegaram juntos pela manhã à BAeNSPA, em São Pedro D’Aldeia-RJ. No desembarque, foram recebidos pelo comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, e pelo comandante de Operações Navais, Almirante-de-Esquadra Sergio Roberto Fernandes dos Santos.

       

O ministro após passar em revista as tropas formadas, se dirigiu ao palanque, onde iniciou seu discurso destacando a participação da Marinha durante as Olimpíadas.

“A Marinha colocou à disposição dos jogos 8 mil homens e mulheres e não poderia deixar de me referir ao comandante da Marinha, almirante Leal Ferreira, ao chefe do EMCFA, almirante Ademir, e ao comandante do 1º Distrito Naval, Vice-Almirante Leonardo Puntel, que estiveram ombro a ombro enfrentando aquele desafio”, destacou o ministro.

“A Aviação Naval no Brasil começou com a criação da Escola de Aviação Naval na Ilha das Enxadas, no Rio de Janeiro, em 1916. Ainda não se haviam passado 10 anos desde que o 14 Bis de Santos Dumont levantara voo em Paris, em 1907, quando o pioneirismo e o entusiasmo de outro brasileiro, o primeiro-tenente Jorge Henrique Möller, impulsionaram o surgimento da aviação militar no Brasil”.

“A Aviação Naval é fundamental para a Esquadra, para o desenvolvimento de nosso País e para a defesa da Amazônia Azul. Somadas aos recursos pesqueiros de nossas águas, as riquezas localizadas na Amazônia Azul elevam o Brasil a um novo patamar de reservas e produção de petróleo e gás natural. É no marco da proteção desses recursos que a Marinha do Brasil vem aprofundando seus projetos estratégicos, notadamente aqueles que se baseiam no desenvolvimento de tecnologias e produtos de defesa nacionais. Mas a Marinha do futuro precisa, sempre, lembrar e louvar o seu passado”, disse o ministro, que aproveitou o momento para homenagear, o capitão-de-corveta Igor Bastos, desaparecido no acidente aéreo quando seu caça AF-1B se chocou com outro caça do mesmo esquadrão, precipitando-se no mar.

“Faço uma sincera e emocionada homenagem ao Capitão-de-Corveta Igor Bastos, ainda desaparecido no mar após acidente ocorrido em treinamento. Estendo meus sentimentos a seus familiares e irmãos de farda”, disse o ministro.

Jungmann disse ainda, “essa lembrança traz a mim o dever de agradecer e cumprimentar enfaticamente todos tripulantes aeronavais brasileiros por seus sacrifícios, por seu profissionalismo, por sua abnegação e dedicação à Pátria. Parabéns a todos os aviadores que protegem, do ar, a nossa soberania no mar”.

          

Após o discurso do ministro da Defesa, o comandante da Marinha AE Leal Ferreira destacou a participação da Marinha do Brasil nos jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, onde a Marinha foi responsável pela segurança da população e dos atletas.

O comandante da Força Aeronaval, Contra-Almirante Sérgio Nathan Marinha Goldstein, apresentou o histórico da aviação. “O sonho dos pioneiros de criarmos um braço aéreo em apoio a nossa Marinha escreveu belos e valorosos capítulos de superação, com a perda de companheiros que sacrificaram a própria vida em prol de um ideal”, ressaltou o almirante.

          

“Porém, a nossa história é de contínua evolução. Ao olharmos o futuro perceberemos a necessidade de nos atualizar, com a renovação de nossos meios. Assim, a Marinha adquiriu os novos helicópteros SH-16 “Seahawk” e UH-15 “Super Cougar”, iniciou a modernização dos AH-11A “Super Lynx” e dos AF 1A/B “Skyhawk”, bem como planeja substituir os valorosos UH-12/13 e o IH-6B, haja vista o término de sua vida útil”, afirmou o almirante.

Várias pessoas foram homenageadas com o Diploma do Mérito Naval, que é conferido tanto para civis quanto para militares que tenham prestados relevantes serviços a Marinha. Também ocorreu o lançamento do selo comemorativo aos 100 anos da Aviação Naval pelos Correios, a Casa da Moeda lançou medalhas em ouro e prata alusivas aos 100 anos da Aviação Naval e finalizando teve o lançamento do livro “100 anos da Aviação Naval”, produzido pela Fundação Getúlio Vargas.

Enquanto a ordem do dia era lida pelo almirante, um caça AF-1 do esquadrão VF-1 realizava uma passagem silenciosa homenageando todos os falecidos da aviação nestes 100 anos. Logo após iniciou-se o desfile militar com componentes de todos os esquadrões da Aviação Naval, em seguida e, com número recorde, veio o desfile dos “Velhas Águias” que este ano teve a participação de alguns componentes do extinto 1° Grupo de Aviação Embarcada – 1ºGAE, que operou por muitos anos à bordo do porta aviões NAel Minas Gerais (A 11) com as aeronaves P-16 Tracker. Durante o desfile, as aeronaves da Aviação Naval realizaram uma passagem por sobre o aeródromo.

       

       

O evento contou com a presença de muitas aeronaves que iam chegando e lotaram o pátio do estacionamento da Macega.

          

E uma aeronave chamou a atenção. A FAB enviou um H-36 Caracal que ficou em exposição estática junto com as aeronaves da Força Aeronaval como pode ser visto na imagem abaixo:

Ao final, o caça AF-1 do esquadrão VF-1 realizou duas passagens sobre o aeródromo antes de pousar.

Enquanto estivemos na Macega conversando com oficiais, com representantes da indústria e revendo amigos, foi possível observar que o caça AF-1 (1004) decolou e fez exatas 7 passagens sobre a pista, ora com o trem baixado, ora recolhido, mostrando que apesar dos problemas inerentes a baixa sofrida, o esquadrão VF-1 continua em atividade.

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