Oferta da Boeing pela unidade Embraer enfrenta investigação antitruste da UE

E195-E2 REUTERS/Pascal Rossignol




BRUXELAS (Reuters) – A Boeing deve enfrentar uma investigação antitruste da UE de até cinco meses em sua oferta por uma participação de controle no braço de aeronaves comerciais da Embraer do Brasil, disseram na segunda-feira pessoas familiarizadas com o assunto.

O acordo, marcando a maior mudança no setor aeroespacial comercial em décadas, reformularia o duopólio global dos jatos de passageiros e reforçaria as montadoras ocidentais contra os recém-chegados da China, Rússia e Japão. Isso daria à Boeing uma posição no mercado inferior, permitindo competir melhor com os jatos CSeries projetados pela Bombardier Inc. do Canadá e apoiados pela rival européia Airbus SE.

O acordo avalia a unidade da Embraer em US $ 4,75 bilhões. As ações da Embraer abriram em baixa após o relatório da Reuters sobre a investigação iminente e estavam sendo negociadas 2,1% mais fracas às 14:55 GMT. A Comissão Européia, que estabeleceu o prazo de 4 de outubro para sua análise preliminar do acordo, não respondeu a um pedido de comentário imediato.

O agente da concorrência da UE iniciará uma investigação em grande escala após o final de sua revisão, o que pode levar até cinco meses e aumenta a pressão sobre a Boeing para oferecer concessões para tratar de questões de concorrência. A Comissão recentemente questionou fornecedores e rivais sobre o negócio, indicando preocupações com a concentração no mercado. Eles foram questionados sobre o impacto do número reduzido de players, de sete para seis e de três para dois em vários segmentos, disse uma pessoa com conhecimento direto do acordo. A Boeing disse que estava envolvida com autoridades reguladoras em jurisdições relevantes e continuava a trabalhar no processo de aprovações regulatórias.

A Embraer não estava disponível imediatamente para comentar. Analistas de aviação dizem que há sobreposição limitada no número de assentos entre a família 737 da Boeing e os jatos E2 menores da Embraer. Há um pouco mais de sobreposição entre o portfólio da Airbus e o programa CSeries da Bombardier que a fabricante de aviões européia comprou no ano passado, acrescentam.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN

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