Versão Naval do Rafale é aposta da Dassault para vencer o F-X2

Por Michel Cabirol

Brasília tem o seu tempo para escolher o futuro avião de combate, em uma concorrência que é constantemente adiada, mas que o Rafale ainda mantem as suas chances, pois o Brasil estaria interessado em adquirir, a médio ou longo prazo, a versão naval do Rafale para equipar um futuro porta-aviões.

A venda de 36 caças ao Brasil, em que a França está competindo “não é um assunto tabu” e Brasília deve tomar uma decisão “no seu devido tempo”, disse nesta segunda-feira o ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, durante uma visita do Ministro da Defesa francês. “Não há tema tabu, mas, para nós, esta é uma discussão cujos elementos estão sobre a mesa, e vão levar a uma decisão por parte do Brasil no seu devido tempo”, disse Celso Amorim a repórteres, após um almoço de trabalho com Jean-Yves Le Drian, em Brasília.

A França está disputando o contrato para o programa F-X2, onde o Rafale da Dassault está concorrendo com o F/A-18 Super Hornet da americana Boeing, e o Gripen NG da sueca Saab. Os franceses confiam na vitória baseados na promessa de realizarem uma significativa transferência de tecnologia para o Brasil, apesar do alto custo do Rafale em relação aos concorrentes.

Brasília adiou novamente a decisão para 2013, no entanto, Paris continua confiante sobre a atratividade do Rafale, conforme apurou o La Tribune. É notado o interesse brasileiro na versão naval do Rafale, uma vez que se deseja adquirir um novo porta-aviões, também equipado com catapultas. Isso seria colocar o Gripen NG fora da jogada, mas não o F/A-18 Super Hornet.

Um passo importante

“Esta visita é um marco depois da Rio+20, ocorrida em junho, durante o qual o presidente francês, François Hollande, encontrou a presidente Dilma Rousseff, e que espera a sua visita programada para dezembro em Paris”, disse Jean-Yves Le Drian em um comunicado. Ele também reiterou seu apoio à candidatura do Brasil como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Jean-Yves Le Mondrian, veio a Brasília para fortalecer a parceria no campo de defesa franco-brasileira, salientando a “estreita relação” entre os dois países, particularmente em matéria de armamento.

O Grupo francês de construção naval DCNS assinou, em 2009, um contrato para construção de cinco submarinos, em parceria com a Marinha do Brasil, incluindo um submarino de ataque nuclear (SNA). Outro importante contrato, assinado em 2008, centra-se na subsidiária brasileira da Eurocopter, a Helibrás, para o fornecimento de 50 helicópteros militares EC725, que serão fabricados no Brasil. Após reunião com Celso Amorim, o ministro francês visitou a base de Itaguai, no Rio de Janeiro, onde será montado o primeiro submarino Scorpene vendido ao Brasil. Os outros quatro serão totalmente construídos aqui, sendo que um deles, vai incorporar a mais recente tecnologia de propulsão nuclear brasileira, explicaram os dois ministros.

Uma mensagem de continuidade

Os Ministros discutiram várias questões de segurança, que formam uma parte importante da cooperação militar bilateral na luta contra o tráfico de drogas no Caribe, em particular a crescente cooperação de segurança na África Ocidental e no Golfo da Guiné, e as necessidades comuns de segurança junto à fronteira da Guiana, no Atlântico sul.

Durante sua visita ao estaleiro de Itaguaí, pouco antes de sua inauguração oficial, Jean-Yves Le Drian recordou que estava “levando uma mensagem de continuidade. Que é do interesse da França continuar com esta parceria excepcional, também em outras áreas”.

FONTE: La Tribune
TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Defesa Aérea & Naval

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