EUA dizem não fazer ameaças em diplomacia com Brasil, ‘diferentemente da China’

O Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Robert O’Brien em visita oficial ao Brasil.

Por Mariana Ribeiro

“Estamos com ofertas, com alternativas”, afirmou diretor ao lado de outros membros de comitiva norte-americana no Brasil.

Joshua Hodges

O diretor sênior interino para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Joshua Hodges, disse nesta terça-feira que “diferentemente na China” o país norte-americano não pratica uma “diplomacia predatória” com o Brasil, baseada em ameaças. “Estamos com ofertas, com alternativas”, afirmou.

Ele acrescentou que a China, por sua vez, está dizendo que o Brasil deve usar sua tecnologia ou irá enfraquecer as relações comerciais entre os países. Hodges falou nesta manhã com jornalistas ao lado de outros membros da comitiva norte-americana no Brasil.

Participaram da entrevista a vice-representante de Comércio dos EUA, Michael Nemelka, a presidente do Banco de Exportação e Importação, Kimberly Reed, e a diretora da Corporação Financeira dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (DFC), Sabrina T. Teichman.

A China é o principal parceiro comercial nacional e os EUA têm pressionado o Brasil a banir equipamentos chineses da infraestrutura da internet 5G, alegando que esses componentes podem trazer risco de espionagem.

Ontem, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que, num horizonte mais amplo de parcerias, os dois países discutem como reduzir a dependência da região de componentes estratégicos chineses.

De acordo com Hodges, os EUA não estão dizendo que o Brasil não deve fazer negócios com a China, mas estão oferecendo alternativas a fornecedores chineses. “Há competição lá fora. Está disponível. Os EUA estão dispostos a financiar”, disse.

Segundo ele, está bem estabelecido que China e Huawei não apoiam a transparência. Ele diz que a potência asiática não busca usar sua tecnologia em benefício da população, mas do próprio Estado.

Hodges disse ainda que a relação Brasil-EUA não pode ser analisada apenas com foco no período recente, mas considerando um histórico mais longo de parceria. Para ele, os países têm uma história, valores e culturas compartilhados. A ideia é fortalecer e aprofundar essas relações, acrescentou.

FONTE: Valor Econômico

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