A moderna estrutura localizada no Parque Tecnológico de São José dos Campos, conta com plataformas de ensaios, treinamentos e simulações referentes aos sistemas de tráfego aéreo.
Por Guilherme Wiltgen
A Atech, empresa do Grupo Embraer, inaugurou o seu moderno Laboratório de Simulação, Ensaios e Treinamento, em uma nova área dentro das instalações da empresa no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP). O Lab.Tech agora passa a concentrar as atividades de ensaios, treinamentos e programas de simulação dos sistemas desenvolvidos pela empresa, explicou o Sr. Delfim Ossamu Miyamaru, Diretor da Atech.
A inauguração contou com a presença do Vice-Diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), Major-Brigadeiro Fernando Cesar Pereira Santos, representantes do Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ), do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA) e do Instituto de Controle do Espaço Aéreo (ICEA).
SAGITARIO, AMAN e PLATAO
Com a implantação do Lab.Tech, a Atech passa a contar com um local de importância estratégica para seus sistemas de controle de tráfego aéreo. Nele serão realizadas as calibrações do módulo AMAN (Arrival Management) e do SAGITARIO (Sistema Avançado de Gerenciamento de Informações e Tráfego Aéreo e Relatórios de Interesse Operacional). O SAGITARIO é o sistema desenvolvido e implantado pela Atech no Brasil para operação e controle do tráfego aéreo, presente hoje em 15 centros de controle de voo.
Desenvolvido pela Atech, como um produto nacional em parceria com a CISCEA, o SAGITARIO marca a evolução do sistema automatizado de controle aéreo no Brasil, por empregar uma solução inovadora para o controle e vigilância do nosso espaço aéreo, disponibilizando um conjunto de recursos operacionais de apoio à tomada de decisão, com uma ampla consciência situacional de todo o tráfego. Além disso, dispõe de uma ferramenta que torna mais eficiente e segura a coordenação com os órgãos adjacentes, durante as transferências de tráfegos, favorecendo assim o cumprimento da finalidade do Serviço de Controle de Tráfego Aéreo de prevenir colisões, acelerar e manter ordenado o fluxo de tráfego aéreo. Esse moderno sistema segue as recomendações existentes no mercado internacional, dentre elas os especificados pela Eurocontrol (Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea).
O SAGITARIO teve sua “prova de fogo” durante dois grandes eventos mundiais ocorridos recentemente no Brasil, a Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos Rio 2016. Durante esses eventos, foram mantidos os níveis de segurança e eficiência das operações, mesmo com o grande aumento do fluxo de aeronaves no espaço aéreo brasileiro, promovendo um ganho operacional e contribuindo para o aumento da segurança de voo.
O AMAN (Arrival Management) é uma ferramenta que utiliza informações de posição das aeronaves derivadas dos sistemas de vigilância ATS, das cartas de navegação aérea e dos planos de voo, a fim de estabelecer uma sequência lógica de aproximação das aeronaves para um determinado aeroporto. Essa ferramenta já está sendo utilizada pelo Controle de Aproximação de Curitiba, Brasília e Belo Horizonte como ferramenta para auxílio à tomada de decisão no sequenciamento do trafego aéreo que se destina e está prevista a sua instalação nos Controles de Aproximação do Rio de Janeiro e São Paulo, em 2018.
Já o PLATAO (Plataforma Avançada de Treinamento e Atualização Operacional) é um sistema de simulação de controle do espaço aéreo, desenvolvido e concluído pela Atech em 2016, em parceria com a FAB (Força Aérea Brasileira). O PLATAO visa capacitar e reciclar os conhecimentos e habilidades dos controladores de tráfego aéreo. Essa moderna plataforma permite a geração de cenários complexos, tais como comunicação por enlace de dados entre controlador e piloto e o rastreamento de aeronaves com novas tecnologias.
Com a implementação do Lab.Tech, a Atech passa a contar com uma estrutura apta a dar total apoio à Força Aérea Brasileira, garantindo a soberania nacional em um ponto crítico que é o controle do tráfego aéreo, através de modernos sistemas desenvolvidos e produzidos com tecnologia nacional, em um mercado restrito onde poucos países detêm esta capacidade.