Por Luiz Padilha
O canhão naval BAE Systems Bofors 57 Mk3, face a sua alta cadência de tiro e capacidade imediata de troca de munições, incluindo a nova munição All-target de 57 mm 3P, foi escolhido para equipar navios de guerra desde Missile Boats, OPVs, Littoral Combat Ship, Corvetas e Fragatas, de diferentes Marinhas, as quais buscavam um canhão que oferecesse alta capacidade de sobrevivência e liberdade tática em todos os níveis de conflito.
Este canhão é equipamento padrão nos Littoral Combat Ship da US Navy, estando instalado tanto na Classe Freedom quanto na Classe Independence, na Marinha sueca ele está instalado nas Corvetas Classe Visby, na Marinha canadense, ele equipa as Fragatas Classe Halifax, na Marinha mexicana, equipa as Classes Oaxaca, Durango e o POLA ARM Reformador, na Marinha finlandesa equipa os Missile Boat Classe Hamina, na Marinha de Brunei, equipa os OPVs classe Darusselam, na Marinha de Emirados Árabes Unidos equipa os OPVs classe Arialah e na US Coast Guard é equipamento padrão no programa Deepwater. Recentemente o 57 MK3 foi escolhido para ser o canhão principal das futuras Fragatas da US Navy dentro do programa FFG-X.
O canhão naval BAE Systems Bofors 57 Mk3
Durante nossa visita a fábrica da BAE Systems Bofors em Karlskoga, Suécia, vimos de perto o esmero na fabricação dos canhões pelos funcionários que nos permitiram observar o ajuste fino do equipamento simulando disparo através de um sistema de ar comprimido.
Dentro da cúpula do canhão naval 57 MK3 estão instalados o Computador de Controle de Munições, o Programador de Espoleta de Proximidade, ou Proximity Fuze Programmer (PFP).
O canhão pode ser operado tanto no CIC como no Passadiço, através da unidade de mira do canhão (GLU) e o painel de controle. Outro fator muito importante é que o canhão BAE Systems Bofors 57 MK3 pode ser integrado a diferentes radares de Direção de Tiro, como o CEROS 200 da Saab, Stir da Thales, FABA Dorna da Navantia e alças optrônicas como a EOS 450, EOS 500 da Saab e Mirador da Thales.
O comando do canhão é simples o que proporciona ao navio, liberdade tática em todos os níveis de conflito, através da cadência de 4 tiros por segundo e a possibilidade programar em até 6 níveis a munição, incluindo a 3P, e com alta precisão ser capaz de acertar pequenos barcos e alvos ocultos.
O canhão 57 MK3 possui 120 munições dentro de sua cúpula prontas para uso, um radar de velocidade instalado no tubo alma e um alcance de 17.000 metros.
O recarregamento é feito por apenas 2 homens quando for taticamente conveniente e todas as 120 munições são recarregadas entre 3 a 4 minutos. A única coisa exigida do navio é a fonte de alimentação (3 x 440 V 60 Hz ou 3 x 400 V 50 Hz). O tubo alma é refrigerado a ar e tem uma vida útil de 5.300 tiros. Além da nova munição de 57 mm 3P, a arma pode disparar todos os tipos anteriores de munições Bofors 57 mm L / 70.
O 57 MK3 pode ser instalado apenas no deck do navio sem a necessidade de penetração no casco com suas 120 munições disponíveis com rápido recarregamento ou ser instalado com penetração, onde as 2 talhas para recarregamento tem comprimento selecionável, e 2 tipos de munições podem ser carregadas simultaneamente. No caso de ocorrer uma falha em uma talha, a outra pode ser usada, pois o sistema de alimentação da munição é duplo.
Durante a operação, a mudança do tipo de munição, de superfície para munição anti-aérea por exemplo, é feita em menos de 0,5 s.
O peso total sem munição é de 7.500 kg, e com controlado remotamente com controle local estabilizado por giroscópio, possui um alcance máximo 15.000 m (3P) e 17.000 m (HCER).
Recentemente durante a definição do projeto vencedor para o Programa Corveta Classe Tamandaré (CCT), atualmente, Navio Classe Tamandaré (NCT), o canhão BAE Systems Bofors 57 MK3 foi oferecido através de alguns consórcios. A Marinha do Brasil definiu como vencedor o consórcio Águas Azuis, capitaneado pela Thyssenkrupp-Embraer-Estaleiro Oceana e optou pelo canhão de 76mm.
