Crise econômica ameaça o projeto do submarino nuclear

Em Itaguaí, cai pela metade ritmo da construção de quatro embarcações convencionais e uma de propulsão nuclear

Por Fernando Molica

Rio – A crise ecônomica alvejou o mais importante programa da Marinha, que prevê a construção de quatro submarinos convencionais e um nuclear. O Comando da Marinha revelou ao Informe que o ritmo das obras do estaleiro e da base naval de Itaguaí foi reduzido em cerca da metade. Em 2015, o corte de verbas chega a 41%.

Uma das consequências foi a diminuição no número de trabalhadores empregados, que passou de 3.800 em novembro para 2.400, uma redução de quase 37%.

Atrasos

Segundo a Marinha, o cronograma está sendo adequado ao orçamento e às perspectivas da economia. Diz ser “possível”, porém, afirmar que “haverá atrasos nos prazos de conclusão dos trabalhos”. O primeiro novo submarino convencional estava previsto para 2017; o nuclear, para 2025.

Faturas pendentes

O Comando admite que há “algumas faturas pendentes de pagamento”. A obra está sendo feita pela Odebrecht.

Menos dinheiro

A pedido do Informe, a organização Contas Abertas fez um levantamento dos valores aplicados em Itaguaí. Até julho deste ano, os pagamentos somavam R$ 274,844 milhões; até o mesmo mês de anos anteriores, as quantias foram maiores — R$ 806 milhões em 2014, R$ 429 milhões em 2013 e R$ 520,590 milhões em 2012.

Ameaça

Integrante da CPI da Petrobras na Assembleia Legislativa, o deputado André Ceciliano volta a acenar com revisão dos incentivos fiscais concedidos à empresa. Desta vez, para forçar o investimento no polo de Itaboraí. Em 2013, em protesto contra a redivisão dos royalties, ele conseguiu aprovar lei que criava taxa para atividades ligadas à indústria do petróleo. O projeto foi vetado por Sérgio Cabral.

Sair da versão mobile