Por Arthur Costa
O Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), de São José dos Campos, recebe hoje a aeronave Super Tucano EMB 312H, conhecida como ‘Ana Raio’, que foi revitalizada pela Embraer em parceria com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial).
Esta é a sétima aeronave recuperada pelo Centro Histórico Embraer, que desde 2008 atua na restauração de aviões que tiveram importância na trajetória da fabricante de São José.
O trabalho de recuperação do ‘Ana Raio’ durou cerca de seis meses e foi feito paralelamente ao serviço de revitalização do Brasília, entregue ao MAB em agosto do ano passado.
A revitalização foi feita por um grupo de 15 aprendizes do Senai, orientados por técnicos da Embraer durante o processo.
Segundo o diretor do Instituto Embraer, Pedro Ferraz, a dificuldade do trabalho foi adquirir peças que faltavam para a aeronave.
“O avião estava sem o trem de pouso. Faltavam algumas peças e as conseguimos com ajuda da própria Aeronáutica”, disse Ferraz.
Os alunos do Senai também tiveram contato com profissionais que desenvolveram o projeto inicial da aeronave, que fez seu primeiro voo em setembro de 1991.
“A gente tenta conscientizar os alunos sobre a importância dessa aeronave. O bom desse projeto é que os aprendizes acabam fazendo uma coisa verdadeira e fazendo parte dessa história”, disse Ferraz.
O avião.O Ana Raio é um protótipo desenvolvido com base no Tucano, com alterações no motor e sistemas de voo que tinham objetivo de qualificar a aeronave para uma concorrência para fornecimento de aviões de treinamento à Força Aérea dos EUA.
Para aumentar a qualidade de acrobacias em voo, uma das principais alterações do Ana Raio em relação ao Tucano foi dobrar a potência do motor para 1.600 shp (cavalos de potência para aviões), o que foi mantido para o desenvolvimento do Super Tucano.
À época, o Ana Raio, nome em homenagem à novela de 1990 ‘Ana Raio e Zé Trovão’, acabou não vencendo a disputa pelo contrato nos EUA.
“Essa é uma aeronave única, um avião-conceito”, disse Pedro Ferraz.
Projeto. Outras aeronaves ‘únicas’ já fizeram parte do portfólio de restaurações do Centro Histórico Embraer.
Em 2008, ano em que o avião Bandeirante –primeiro modelo produzido pela empresa, ainda na década de 70– completava 40 anos, ele foi revitalizado e entregue ao MAB.
Também foram revitalizados os modelos CBA-123, Xingu, Brasília e ERJ 140.
No próximo mês, será a vez do modelo Xavante ser recuperado. A aeronave está desmontada no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial) e por muito tempo foi usada como jato de treinamento avançado da Força Aérea Brasileira. Ela saiu de operação em 2010, dando lugar ao AMX e ao Tucano.
O Ana Raio estará disponível para visitação no MAB a partir de amanhã.
FONTE: O Vale