Grupo EDGE fecha quase US$ 2 bilhões em negócios durante o Dubai Air Show

Por Agnes Helou

DUBAI AIRSHOW – Quando o Dubai Airshow concluiu sua 18ª edição na semana passada, o amplo conglomerado de defesa dos Emirados Árabes Unidos EDGE Group disse que assinou pelo menos US$ 1,8 bilhão em negócios nos últimos dias, tendo os militares dos Emirados como um cliente importante.

Embora o Grupo EDGE não tenha fornecido valores em dólares em todos os acordos, a maior parte desse valor em dólares deve-se a um acordo de 1,1 bilhões de dólares (4,1 bilhões de AED) assinado pela EDGE com o Ministério da Defesa dos EAU para munições de aeronaves. Para esse acordo, a Lahab Defense Systems, subsidiária da EDGE, produzirá e entregará as munições ar-solo Mk. 81, Mc. 82, Mc. 83 e Mc. 84.

“Este contrato reflete as nossas ambições de desenvolver capacidades que satisfaçam as necessidades futuras a longo prazo. Esperamos continuar a fornecer apoio e fortalecer o nosso compromisso com o Ministério da Defesa”, disse Hamad Al Marar, presidente da divisão de mísseis e unidade de armas da EDGE.

O MoD também contratou cerca de 132,6 milhões de dólares (487 milhões de AED) nos sistemas de “planador modular” RASH 2M e 2H da subsidiária da EDGE Adasi, concebidos para converter munições “burras” em munições guiadas com precisão.

O Grupo EDGE tem apenas quatro anos, mas agora é composto por mais de 25 subsidiárias, além de participações em empresas estrangeiras tão distantes quanto a Estônia e Brasil. Essa empresa brasileira, a fabricante de armas inteligentes SIATT, obteve esta semana um contrato de US$ 300 milhões (1,1 bilhão de AED) em mísseis superfície-superfície MANSUP do governo dos Emirados Árabes Unidos e outro da Marinha do Brasil no valor de US$ 160 milhões (600 milhões de AED). Os mísseis MANSUP são co-desenvolvidos entre a SIATT e a Marinha Brasileira.

Míssil MANSUP

“A EDGE está continuamente ampliando os limites para se tornar um importante participante do mercado em sistemas de defesa de alta tecnologia”, disse Mansour AlMulla, diretor-gerente da EDGE, em comunicado. “Nossas parcerias em expansão no Brasil, especialmente com a Marinha do Brasil, estão nos permitindo aproveitar nossa experiência e conhecimento para desenvolver capacidades avançadas de defesa e outras tecnologias relacionadas em vários domínios. Estamos confiantes de que o sistema MANSUP-ER irá perturbar o domínio mantido durante anos pelas soluções existentes.”

Theodore Karasik, consultor sênior do think tank Gulf State Analytics, disse ao Breaking Defense que os acordos da EDGE este ano sinalizam um novo capítulo para a empresa e suas plataformas.

“A chave aqui será a produção, o treinamento e a implantação reais. A EDGE no Brasil é de interesse fundamental porque serve de modelo para outros relacionamentos da EDGE com outros países. A EDGE precisava de tempo para crescer e agora pode haver uma expansão que também ajude as indústrias locais, especialmente na área de MRO [manutenção, reparação e revisão]. O compartilhamento de tecnologia e as lições aprendidas tornam-se fundamentais”, disse ele.

A EDGE não revelou o valor em dólares para fechar um acordo com o Ministério da Defesa dos Emirados Árabes Unidos para 100 sistemas não tripulados de asa fixa de vigilância REACH-S, que são fabricados pela subsidiária Halcon e estavam em exibição na feira. O UAV de vigilância de asa rotativa não tripulada Gramoosha, produzido pela subsidiária Adasi, também recebeu um acordo de US$ 65,07 milhões (239 milhões de AED) do Ministério da Defesa. O Garmoosha foi o primeiro sistema não tripulado desenvolvido pelos Emirados Árabes Unidos, antes mesmo do lançamento do Grupo EDGE.

Pouco antes do início do show aéreo, a EDGE disse que adquiriu um fabricante suíço de embarcações rotativas não tripuladas e, durante o show, o helicóptero não tripulado HT-100 do conglomerado recebeu um pedido de um cliente estrangeiro não identificado.

“Os sistemas não tripulados são uma parte fundamental da estratégia de produção e vendas do Grupo EDGE. Resta saber se a produção é ou não capaz de acompanhar esta procura, mas parece que é suficientemente marginal e não ocorre no contexto de um grande conflito para que isso seja alcançável”, Ryan Bohl, Analista sênior do Oriente Médio e Norte da África da Rede RANE, disse ao Breaking Defense.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN

FONTE: Breaking Defense

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