LH Colus amplia participação no projeto do KC-390

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Por Virgínia Silveira

A brasileira LH Colus conquistou novo contrato de fornecimento para o programa do jato militar KC-390. Ela vai produzir os assentos de revezamento da tripulação, que ficam localizados atrás da cabine de pilotagem do avião. A empresa já participava do projeto com fornecimento de 40 assentos de tropas duplos, que também podem se transformar em 74 macas.

Segundo o presidente da empresa, Luís Colus, participar do projeto do KC-390 representou um salto tecnológico. Além dos assentos propriamente ditos, o contrato inclui os seus componentes associados, como postes, vigas, ganchos e fitas, para a instalação dos equipamentos na aeronave. A montagem final dos assentos será feita pela Winnstal, de São José dos Campos.

A LH Colus já forneceu dois conjuntos completos de assentos do KC-390, algo em torno de 100 unidades. Para este ano o executivo disse que está prevista a entrega de mais dois conjuntos completos de assentos. “Para cada conjunto fornecemos cerca de 23 mil componentes”, disse.

Os testes de qualificação dos assentos do KC-390 foram realizados no Brasil e em laboratórios de testes de impacto dinâmico localizados nos Estados Unidos.

Especializada em gerenciamento de programas de desenvolvimento no setor aeroespacial, processos de validação de aeronaves estrangeiras no Brasil e análises de reparos estruturais, a LH Colus também atua em projetos de modificações de aviões. “Já temos mais de 150 projetos de modificações aprovados pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)”, disse Colus.

A empresa conta com 16 funcionários, sendo dez engenheiros aeronáuticos e três projetistas. “Nosso plano para o futuro é ter mais capacidade para fazer montagens finais de produtos.”

A cadeia produtiva do KC-390, segundo a FAB, conta com participação de 70 empresas. Dentre os principais fornecedores, além da LH Colus, estão a Eleb, do grupo Embraer, que fornece o sistema de trens de pouso, e a AEL Sistemas, responsável pelo computador de missão e sistemas de autoproteção e de orientação do piloto. Já a Aerotron participa com o sistema de proteção balística fixa e removível do jato. As espanholas Aernnova e Alestis, a belga Sobraer e a brasileira Akaer participaram do desenvolvimento do KC-390, fornecendo pacotes de serviços de engenharia e projeto.

O KC-390 realizou o primeiro voo em fevereiro. Segundo o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (Cecomsaer), o primeiro protótipo está sendo preparado para nova campanha de voo que começa ainda este mês. A previsão da Força Aérea Brasileira (FAB) é que o segundo protótipo voe em dezembro.

O desenvolvimento do cargueiro custará R$ 12,1 bilhões, dos quais R$ 7,2 bilhões serão destinados à aquisição de 28 unidades para a FAB. Os recursos alocados e liberados para o programa este ano, segundo a Aeronáutica, ficaram abaixo do previsto. “Neste sentido, a entrega da primeira aeronave ficará condicionada ao volume de recursos direcionados ao projeto em 2016”, informou.

A campanha de testes em voo, segundo a Embraer, está prevista para durar de 18 a 24 meses. Com o atraso no repasse de verbas, a Embraer teve de adiar em um ano a entrega do primeiro avião para a FAB. De acordo com a fabricante, a expectativa é de que a certificação do KC-390 seja concluída até o fim de 2017, com as primeiras entregas da aeronave no primeiro semestre de 2018.

Projetado para ser uma aeronave de transporte tático-logístico e de reabastecimento em voo, o KC-390 poderá cumprir missões de lançamento de paraquedistas, busca e salvamento, reabastecimento de outras aeronaves em voo e lançamento de cargas em voo.

FONTE: Valor Econômico

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