Luta contra pirataria e drogas no Oriente Médio: o resultado positivo do emprego das embarcações ZODIAC MILPRO

Embarcação Zodiac Milpro Hurricane da Marinha australiana abordando um barco pirata - Foto: Commonwealth of Australia




Por Márcio Geneve

Apesar das ocorrências de pirataria terem diminuído na região da Somália, o Golfo da Guiné, situado no entorno estratégico do Brasil, tem “tomado a dianteira” em relação a incidentes relacionados diretamente à pirataria. O relatório do IMB (Veja aqui) aponta que os incidentes no Golfo da Guiné já ultrapassam 80% do quantitativo mundial.

Em recente seminário de operações de paz realizado pela Marinha do Brasil (MB), o assunto Golfo da Guiné veio à tona. Além disso, as questões relacionadas àquela região foram incluídas na justificativa para o término da missão de um navio da MB junto à missão da ONU no Líbano (UNIFIL).

Embarcações Zodiac Milpro Hurricane podem ser içadas ou arriadas com o navio em movimento

Logo é importante que nossos Navios, que possam vir a operar na região do Golfo da Guiné, estejam dotados de embarcações adequadas à tarefa a ser realizada, o que contribuirá para dissuasão e ampliará fortemente a segurança das tripulações envolvidas.

O exemplo da Somália e Oriente Médio

A pirataria é realizada em barcos que desenvolvem velocidades superiores aos Navios mercantes e muitas vezes também aos Navios de Guerra. Para combatê-la é necessário possuir apoio aéreo e embarcações de alto desempenho, preparadas para operar em condições adversas de mar (certificadas para ventos até força 8 na escala Beaufort e ondas de até 4 metros) e com possibilidade de se deslocar em alta velocidade, operando a considerável distância de sua base, seja em terra ou navio.

Abordagem a barco pirata feita usando as embarcações Zodiac Milpro Hurricane da Marinha australiana – Foto: Commonwealth of Australia

O mesmo relatório da IMB citado acima aponta uma drástica queda de ações de pirataria na região marítima limítrofe, a Somália, fruto dos esforços de diversas Marinhas em buscar a estabilidade naquela região, dentre as quais ressaltamos as experiencias exitosas da França e da Austrália.

A Marinha Nacional Francesa emprega, para esta tarefa, as embarcações de 9 metros Zodiac Milpro da linha Hurricane (ZH-930), denominadas ECUME (Embarcation Commando à Usage Multiple), uma plataforma única projetada para atender a 6 diferentes missões e operar em condições adversas em grande velocidade.

Também a Marinha Australiana utiliza embarcações as Zodiac Milpro de 9 metros (ZH-929), customizadas de acordo com seus requisitos específicos. Operando a partir da Fragata HMS Ballarat, as embarcações Hurricane Zodiac Milpro foram, por exemplo, decisivas na operação que culminou com a apreensão de 2,6 toneladas de drogas ilícitas (vide reportagem de maio de 2019).

HMAS Ballarat (FF 155) Foto Mel Orr

Consideradas o Estado da Arte em embarcações semirrígidas, com casco de alumínio ou fibra de vidro, as Hurricane possuem um peso inferior às opções construídas com Polietileno de alta densidade, não necessitando de adaptação em aparelhos de força, e podem ser içadas ou arriadas com o Navio em movimento. Além disso seu desenho e soluções de engenharia permitem uma maior manobrabilidade e segurança, atingindo maior velocidade e consumo inferior para uma motorização similar. São o modelo ideal para operar com fiabilidade e eficácia em ambientes hostis e em severas condições climáticas.

Olhando-se as lições apreendidas na região da Somália, é importante equipar os Navios da Marinha com embarcações apropriadas para consecução das tarefas que lhe serão impostas.

Seria extremante relevante considerar estes aspectos na hora de escolher a embarcação que irá dotar os futuros Navios da Classe Tamandaré.

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