Marinha australiana avalia paralisar aquisições de mais navios espanhóis

Segundo fontes ouvidas, a Real Marinha Australiana (RAN) está com sérias preocupações com relação as falhas de projeto que apareceram nos dois LHD’s da classe Canberra, construídos pela espanhola Navantia.

O Vice-Almirante Tim Barrett, chefe da Marinha Real Australiana disse que deve haver um problema de projeto nos navios da classe Canberra. A RAN já anunciou que os dois navios não vão participar, como planejado, do exercício internacional “Talisman Saber”, que vai ocorrer no próximo mês com participação de unidades da Marinha dos EUA.

“Estou desapontado? Sim. Não esperávamos encontrar isso”, disse o Vice-Almirante Barrett em um briefing em Canberra na sexta-feira (19).

De acordo com a RAN, a causa das falhas é que ambos os navios estão sofrendo perdas e vazamentos de óleo em seus sistemas de propulsão. Além disso, no caso de HMAS Adelaide (L 01), foram descobertas partículas metálicas nos lubrificantes dos motores, o que obrigou o navio a entrar em um dique seco para uma melhor avaliação as causas.

“Neste momento, os dois navios estão fora de serviço, com a evidência sobre as deficiências encontradas nos pod’s azimutais”, disse o Contra-Almirante Adam Grunsell (RAN), chefe de Sistemas Marítimos do Departamento de Defesa australiano. “O HMAS Adelaide apresenta a mais grave, e preocupante, falha. O que nos levou a realizar a sua docagem em Garden Island, no porto de Sydney, enquanto que o HMAS Canberra passará por uma série de testes no mar, para saber ao certo a gravidade das falhas de projeto detectadas”, concluiu o Almirante Grunsell.

Segundo a fonte consultada, há uma séria preocupação na Marinha Real Australiana pela gravidade dos problemas detectados em navios que seriam o orgulho, e a ponta de lança da RAN. Na verdade, as mesmas fontes disseram que, pode-se pedir o cancelamento de todas as compras futuras de navios construídos pelo estaleiro espanhol Navantia, inclusive aqueles que já estiverem programados.

O Almirante Grunsell disse: “As três empresas estão olhando muito de perto e trabalhando muito estreitamente no detalhe, porque também querem entender o que causou isso. Pode muito bem ser uma questão de projeto”. Segundo o Vice-Almirante Barrett, “A Armada da Espanha tem um navio do mesmo projeto, o Juan Carlos I. Ele também teve problemas, mas não da mesma natureza”.

Construídos pela Navantia, estes navios estão equipados com um novo sistema de propulsão com base em pod’s azimutais, fabricados pela empresa alemã Siemens, enquanto que a BAE Systems tem sido responsável pela integração de sistemas eletrônicos. Cada navio custou aproximadamente US$ 1,5 bilhões.

Os navios deslocam 27.500 toneladas e são baseados no BPE Juan Carlos I (L 61), capitânia da Armada espanhola.

FONTES: Diário de Náutica/The Age
FOTOS: RAN

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