Militares participam de curso para prevenção a ameaças biológicas, radiológicas, químicas e nucleares

(I ExBRALP

Por Marina Rocha

Com a proximidade de mais um grande evento a ser realizado no Brasil – os Jogos Olímpicos Rio 2016 – foi iniciado, nesta segunda-feira (24), um curso para capacitar militares, técnicos e gestores na prevenção e no atendimento a ameaças biológicas, radiológicas, químicas e nucleares.

O Primeiro Exercício Internacional em Assistência e Proteção em Resposta a Emergências Químicas para Estados Partes de Expressão Oficial Portuguesa (I ExBRALP), no Rio de Janeiro, servirá como treinamento para situações de emergência química, além de estar alinhado com as políticas públicas internacionais.

De acordo com o diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia Industrial do Ministério da Defesa, general Claudio Duarte de Moraes, a capacitação é importante, no caso dos militares, para atualizar conhecimentos. “Nós estamos no exercício como colaboradores. É fundamental nos aperfeiçoar para estarmos sempre preparados”, destacou.

Ainda segundo o general Moraes, especialmente após os últimos grandes eventos sediados no Brasil – Copa do Mundo 2014, Jornada da Juventude, entre outros – o setor de defesa química e radiológica vem ganhando maior relevância. “Somamos experiências desde 2011”, afirmou.

Acumular conhecimento nessa área é uma necessidade defendida pela Organização para proibição de Armas Químicas (OPAQ). O órgão, criado em 1997, recebeu o prêmio Nobel da Paz pela contribuição à humanidade em sua mensagem pacífica. O Brasil possui trabalho em conjunto com a OPAQ por meio de cursos sobre prevenção e atendimento a emergências, oferecidos não só a autoridades brasileiras, como compartilhado também com diversas outras nações.

Na abertura do encontro, o comandante de Pessoal dos Fuzileiros Navais, almirante Washington Gomes da Luz, explicou que existe um grupo de trabalho com o objetivo de implementar a defesa radiológica, química e nuclear nas Forças. “A parte nuclear está a cargo da Marinha”, afirmou.

Atualmente, cerca de 190 países fazem parte da OPAQ por meio da Comissão para proibição de Armas Químicas (CPAQ). O diretor de Cooperação e Assistência da OPAQ, Mark Albon, detalhou as principais atribuições da instituição. Ela atua em temas como desarmamento, não proliferação, cooperação internacional e pronta resposta. Albon defendeu que é necessário ter participação ativa contra as armas químicas.

Os integrantes do I ExBRALP terão atividades práticas nos próximos dias, em organizações militares da Marinha e do Exército, no Rio. O exercício é realizado com apoio dos ministérios da Defesa; Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Relações Exteriores; Justiça; Fazenda; e Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

O evento vai até esta sexta-feira (28), e acontece no Rio de Janeiro.

Sobre a OPAQ

O coordenador-geral de Bens Sensíveis da Autoridade Nacional Brasileira (entidade ligada ao MCTI), Sérgio Frazão, ministrou palestra sobre o papel do seu órgão para a temática. Frazão esmiuçou que a CPAQ está estabelecida por decreto legislativo e presidencial.

Entre as obrigações da Comissão está a realização de cursos. Um deles é o que especializa agentes para detectar e identificar bens sensíveis. “Já treinamos mais de 800 profissionais que trabalham em aeroportos, aduana, Receita Federal, entre outros”, falou o coordenador-geral.

É de responsabilidade da CPAQ, também, o controle de importações e exportações desses materiais, o acompanhamento e viabilização de inspeções a indústrias químicas, a compilação de dados para elaborar declarações de atividades industriais, e mais.

Em 2016 será realizada mais uma edição do exercício de assistência e proteção contra armas químicas para países da América Latina e Caribe.

FONTE: MD

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