OCEA recebeu encomenda de lanchas ‘Fast Response Boat’ para Alfândega Francesa

OCEA FB100 MKII "Kaladja" (DF 34)




Por Marcio Geneve

Especialista em navios em alumínio até 90 metros de comprimento, o estaleiro OCEA assinou contrato de fornecimento de nova série de lanchas de guarda costeira para a Alfandega Francesa, além das lanchas Kaladja (DF 34) e Sokan (DF 35), construídas em Sables d´Olonne e que entrarão em operação ainda este ano em Guadalupe e Martinica. As duas novas unidades destinam-se à Guiana Francesa e serão entregues em 2021. O contrato prevê ainda uma terceira lancha para Dunquerque, suporte técnico e manutenção locais por um período de 6 anos.

As embarcações em construção baseiam-se no bem sucedido modelo FPB 100 MKII já empregadas pela Marinha da Nigéria (2 unidades) e Guarda Costeira do Kuwait (10 unidades).

FPB 100 MKII

Estas embarcações possuem o comprimento de 35 metros com 7,1 m de boca e calado de 1,7 m com as seguintes características:

• Capacidade: 10 membros da tripulação + 4 passageiros
• Velocidade: 28 nós
• Endurance: 3 dias
• Raio de ação: 600 milhas náuticas @ 18 nós

As embarcações foram concebidas para missões de Patrulha Naval, Ações Anti Pirataria, Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e missões SAR.

Originalmente auxiliando o cumprimento de suas missões, as FPB 100 MKII estão equipadas com uma embarcação de casco semirrígido de 4m da Zodiac MilPro. Para sua lanchas, a Alfandega Francesa solicitou uma customização permitindo o emprego de lanchas semirrígidas Zodiac Milpro de 7 metros.

Embarcações de Resposta Rápida

Nos dias atuais, com a ampliação da mentalidade marítima e com a importância da aclamada Amazônia Azul, prevê-se um aumento do número de embarcações, de esporte e recreio e de utilização comercial, nas águas sob responsabilidade da Marinha do Brasil (Autoridade Marítima). Com isso, as necessidades para atender a eventuais sinistros serão incrementadas.

Os Fast Response Boats (embarcações de resposta rápida) são hoje uma realidade em diversos países do mundo. Sua grande vantagem é estarem distribuídos pelo litoral e poderem atender de forma mais imediata a uma emergência que necessite o emprego de meios SAR ( Busca & Resgate ou Search and Rescue em inglês), desonerando assim os conhecidos navios de serviço dos diversos Distritos Navais, que podem estar localizados distantes do local do acidente.

Fast Boat response – FB110 MKII

Um exemplo interessante é a estrutura utilizada na Grã Bretanha pelo Royal National Lifeboat Institutional (RNLI) que possui embarcações (de casco semirrígido ou lanchas, dependendo do local) espalhadas por toda costa das Ilhas Britânicas. Estrutura semelhante, para acomodar este serviço, já existe na extensa rede formada pelas nossas Capitanias dos Portos, Delegacias e Agências. O ideal seria prove-las embarcações SAR com todas as certificações necessárias, que atestem sua capacidade de enfrentar as mais rigorosas condições de vento e mar locais, e equipadas com sistemas e funcionalidades que permitam a realização exitosa de missões de resgate.

 

Uma característica comum destas embarcações empregadas em diversos países, dentre outros, é um sistema de auto endireitamento (self righting) que permite o “desemborcamento” da embarcação caso necessário. Esta é uma característica importante, pois muitos acidentes não ocorrem em situações meteorológicas favoráveis.

A OCEA, dada sua larga experiência em construção de Navios de alumínio (desde 1987), oferece opções que possuem deslocamento menor, reduzindo o consumo de combustível. Suas embarcações podem ser customizadas para atender às necessidades especificas das diversas regiões de nossa costa.

Além disso, dependendo do porte da encomenda, pode-se aventar a hipótese de instalação de uma unidade fabril ou associação com algum estaleiro local para, a exemplo do projeto da classe Tamandaré, fabricar as embarcações no Brasil.

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