Pratt & Whitney reforça time no país para atender Embraer

Por Virgínia Silveira 

Vencedora do processo de seleção internacional que a Embraer promoveu para escolher os motores que equiparão os novos E-Jets E2, a canadense Pratt & Whitney designou 30 engenheiros para trabalhar em conjunto com a engenharia da Embraer no desenvolvimento da versão modificada dos motores PurePower TurbofanTM.

A nova geração de motores da Pratt & Whitney promete redução de 20% nos custos de operação das aeronaves, com economia de consumo de combustível (16%), menor nível de ruído (75%) e de emissão de gases poluentes (50%), em comparação com os motores turbofans na mesma faixa de tração hoje disponíveis no mercado.

E2 E-Jet – Conceito

Até o momento, segundo o vice-presidente de Desenvolvimento de Programas da Pratt & Whitney, Bob Saia, já foram realizadas mais de 5 mil horas e 13 mil ciclos completos de testes, das quais 500 horas em voo, em aeronaves de teste da própria companhia. O primeiro motor da família PW1000G foi certificado em fevereiro.

A empresa investiu US$ 1 bilhão no desenvolvimento da nova geração de motores PurePower, que foram escolhidos como propulsores exclusivos das aeronaves comerciais Bombardier CSeries, Mitsubishi Regional Jet, do jato russo Irkut MC-21 e de alguns modelos da Airbus.

De acordo com o vice-presidente da companhia, somente a redução no consumo de combustível poderá gerar uma economia por aeronave da ordem de US$ 1,5 milhão ao ano. Além disso, a queima mais eficiente do combustível deverá cortar as emissões de carbono por aeronave em cerca de 3.000 toneladas ao ano.

“Temos seis engenheiros desenvolvendo junto com a Embraer o projeto e morando em São José dos Campos e uma equipe entre 20 e 24 profissionais que se revezam a cada dois e três meses para trabalhar no Brasil”, disse o executivo.

Segundo o executivo, o projeto dos novos motores ainda está em fase inicial de desenvolvimento e, como regra geral, a qualificação do produto deve acontecer cerca de um ano antes da certificação da aeronave, prevista para 2018.

O programa de desenvolvimento dos jatos E2 envolve hoje, segundo a empresa, a participação de mais de 500 engenheiros, de empresas parceiras do projeto e da própria Embraer.

A Embraer também selecionou a Pratt & Whitney para o programa da aeronave militar KC-390. A participação no KC-390, segundo Saia, exigiu da empresa um acordo de compensações (offset), que pode incluir a expansão das suas instalações no Brasil, hoje localizadas em um centro de manutenção de turbinas aeronáuticas em Sorocaba (SP), ou o desenvolvimento de novos negócios no Brasil. A empresa baseada em Hartford, Connecticut, nos Estados Unidos, também fornece para o Tucano e Super Tucano.

Além da Pratt & Whitney, a Embraer selecionou um total de dez parceiros e fornecedores para o programa dos E2, mas o processo ainda está em andamento. Esta semana, por exemplo, a Embraer está em fase final de definição dos parceiros para a área de desenvolvimento de alguns segmentos estruturais dos novos jatos.

A escolha dos motores da nova geração de jatos da Embraer envolveu uma disputa internacional acirrada com a participação de parceiros comerciais de longa data da empresa brasileira, como a GE e a Rolls Royce. A primeira fornece os motores dos atuais jatos da família 170/190, que já somam mais de 950 unidades entregues para 65 clientes de 45 países. Já a família ERJ 145 é equipada com motores Rolls Royce e possui mais de 1200 unidades em operação no mundo.

Sobre a participação de empresas brasileiras no projeto, a Embraer informou que até o momento foram definidos fornecedores de componentes específicos, para os quais há poucas empresas aptas em todo o mundo.

Lançada oficialmente em junho, durante o Paris Air Show, a nova família de jatos – E175E E195E2 e E195 -, conta com 365 pedidos, sendo 150 firmes, 150 opções de compra e 65 cartas de intenção de compra. Ontem a ILFC (International Lease Finance Corporation) confirmou a compra de 50 jatos E2. O investimento previsto no desenvolvimento dos novos aviões é de US$ 1,7 bilhão por um período de oito anos.

FONTE: Valor Econômico

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