DAN entrevista o Diretor Geral de Material da Marinha do Brasil – “Compras de Oportunidade”

Por Luiz Padilha

O Defesa Aérea & Naval recebe diariamente solicitações de informações sobre os planos da Marinha do Brasil quanto ao seu reaparelhamento. Para atender à essas solicitações de nossos leitores, solicitamos uma entrevista com o Almirante de Esquadra Luiz Henrique Caroli, Diretor Geral do Material da Marinha, que gentilmente me recebeu em seu gabinete e concedeu a entrevista que esperamos atenda os anseios de nossos leitores sobre o futuro dos meios da esquadra. A entrevista por ser muito longa, será divida por tópicos, facilitando sua leitura.

Compras de Oportunidade

Fragata Type 23 HMS Richmond (F 239)

DAN – Atualmente o número de escoltas na ativa é menor do que tínhamos há bem pouco tempo. Certamente este não é o número ideal para o almirantado, face às obrigações que a Marinha possui para com a Amazônia Azul. Para completar o número ideal de escoltas, até que tenhamos a entrada em serviço das corvetas Tamandaré, a Marinha pensa em adquirir algum Escolta de 2ª mão? Caso positivo, existem ofertas deste tipo de navio com sistemas semelhantes ou superiores aos nossos? Ecoam notícias de ofertas de fragatas Type 23 britânicas e das OHP espanholas e australianas, estas últimas configuradas com lançador de VLS óctuplo na proa. O senhor poderia falar a respeito?

AE Caroli – A Marinha do Brasil possui atualmente, navios escolta com idades avançadas, acarretando progressivas dificuldades para obtenção de sobressalentes e manutenção de equipamentos e sistemas, por vezes já descontinuados. No momento, a Marinha do Brasil não pensa em adquirir Navios Escolta de 2ª mão.

Fragata alemã Lubeck (F 214) da classe Bremen

DAN – Como foi amplamente divulgado na LAAD e até mesmo pela própria Royal Navy, houve a oferta do Porta Helicópteros HMS Ocean (L 12) à Marinha do Brasil. A Marinha do Brasil precisa deste tipo de navio atualmente?

AE Caroli – A desativação do Navio-Aeródromo São Paulo (A12) em fevereiro de 2017, deixou a Marinha do Brasil sem uma plataforma considerada adequada para a operação das aeronaves da Força Aeronaval. O entendimento da Marinha do Brasil é que um navio com as capacidades do HMS Ocean seria útil para a Esquadra.

DAN – Existe alguma possibilidade da MB adquirir esse navio sem a participação do Ministério da Defesa? O senhor pode falar sobre esta possibilidade?

AE Caroli – Caso a Marinha do Brasil decida adquirir esse navio, o Ministério da Defesa teria participação.

DAN – Há um pensamento corrente de que caso a MB venha a adquirir este navio por meios próprios, isso iria atrasar sobremaneira o programa da Corveta Tamandaré, sugando recursos do programa que é uma prioridade da gestão do atual do comandante da Marinha. Isto está correto?

AE Caroli – A Corveta Tamandaré deverá ser adquirida com recursos da EMGEPRON, não concorrendo, portanto, com os demais programas em execução.

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