10 de Abril: Dia da Arma de Engenharia

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Por todo o Brasil a Engenharia abre caminhos, lança trilhos, pereniza rios e efetua travessias. Ela é a Arma de apoio ao combate e tem como missão principal apoiar a mobilidade, a contramobilidade e a proteção, caracterizando-se como um fator multiplicador do poder de combate. A Engenharia no Exército Brasileiro divide-se em duas vertentes: de Combate e de Construção.

 

A Mobilidade é o conjunto de trabalhos desenvolvidos para proporcionar as condições necessárias ao movimento contínuo e ininterrupto de uma força amiga. Os engenheiros realizam, entre outros, trabalhos de abertura de passagens em obstáculos, de transposição de cursos de água, de navegação em vias interiores, de conservação e reparação de pistas e estradas, de destruição de posições organizadas do inimigo, proporcionando condições para que a manobra tática obtenha rapidamente vantagens sobre a posição do inimigo.

A Contramobilidade é o conjunto de trabalhos que visam deter, retardar ou canalizar o movimento das forças inimigas para, em princípio, contribuir na destruição dessas forças. São trabalhos que proporcionam maior valor defensivo ao terreno, principalmente pela construção de obstáculos de acordo com a intenção do comandante tático, restringindo a liberdade de manobra do inimigo.

A Proteção é o conjunto de trabalhos que visam reduzir ou anular os efeitos das ações do inimigo e das intempéries sobre a tropa e o material, proporcionando abrigo, segurança e bem-estar e ampliando a capacidade de sobrevivência das forças em campanha.

Os engenheiros, em função do conhecimento técnico e do pessoal e material especializados, prestam assistência às tropas em combate ou realizam trabalhos de fortificações, camuflagem e instalações.

A Engenharia de Construção, em tempo de paz, colabora com o desenvolvimento nacional, construindo estradas de rodagem, ferrovias, pontes, açudes, barragens, poços artesianos e inúmeras outras obras.

A capacidade de movimentar a tropa e a realização de trabalhos de engenharia são imprescindíveis para as ações militares.

Símbolos

O Castelo Lendário da Arma Azul-turquesa, que simboliza e personifica o abrigo perpétuo e sagrado das tradições e dos feitos de seu insigne Patrono, Ten Cel João Carlos de Villagrán Cabrita.

O Biriba, figura que sintetiza o Combatente de Engenharia. Está sempre pronto para cumprir qualquer missão tanto na paz quanto na guerra. O personagem sempre carrega todo tipo de equipamento, evidenciando sua prontidão para o trabalho.

O Chapéu Tropical ou Bandeirante que os militares da Arma Azul-turquesa ostentam com orgulho, é uma peça do uniforme que foi adotado por seus engenheiros, para representar a audácia, a abnegação, o desprendimento, o estoicismo e o desassombro pelo desconhecido, tais quais bandeirantes do século XXI. À sombra desse chapéu nasceram cidades, foram semeadas esperanças, colhidos desenvolvimentos, cultivadas riquezas, domadas áreas inóspitas e encurtados caminhos para o progresso do Brasil.

História

O dia é 5 de abril de 1866. Nesta data, o alto comando aliado decidiu invadir o território paraguaio por meio de uma operação anfíbia, partindo de Corrientes, província argentina, e desembarcando em Paso de la Patria, na margem esquerda do rio Paraguai, realizando uma manobra de flanco contra o Forte Itapiru, de posse dos paraguaios. A estrada do Chaco permitiu ao então Marquês de Caxias contornar as fortificações inimigas e alcançar a vitória sobre os paraguaios, poucos meses depois.

Assim, o apoio de engenharia vem acompanhando e multiplicando o poder de combate dos exércitos desde a sua criação.

A história da Engenharia Militar brasileira remete ao Brasil Colônia, quando os portugueses, frente à ameaça de perder o território recém-conquistado, iniciaram a construção de vários fortes em pontos estratégicos do solo brasileiro. Tempos depois, com a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil, desembarcou também em nossas terras o Real Corpo de Engenheiros.

O 1º Batalhão de Engenharia de Combate (Escola), Batalhão Villagrán Cabrita, foi a primeira Unidade de Engenharia do Exército Brasileiro, criada em 1855 e localizada em Santa Cruz, no Rio de Janeiro hoje detém a honra de manter acesa a chama do heroico Batalhão de Engenheiros.

As características da Arma Azul-turquesa são personificadas na figura do Ten Cel João Carlos de Villagrán Cabrita. Com sua notável capacidade intelectual e técnico-profissional, Villagrán teve uma carreira exemplar, com sua consagração na Guerra da Tríplice Aliança, quando foi responsável por um dos maiores feitos da história dos combates brasileiros.

Com a ordem recebida de tomar a Ilha de Redenção, um banco de areia coberto por vegetação rala perigosamente ao alcance dos tiros de carabina, vindos do forte Itapiru, e com a coragem e o pioneirismo marcantes da Engenharia, na noite de 5 para 6 de Abril, Villagrán Cabrita transpôs, com sua tropa o agitado rio Paraná, a fim de enfrentar o inimigo em seu próprio território. O combate foi intenso, mas a bravura de Cabrita e a lealdade dos soldados a seu comandante, que os impelia a lutar com destemor, trouxe a vitória para nossas tropas.

Após o combate, porém, quando tudo parecia calmo, enquanto redigia o relatório da recente conquista, um estilhaço de artilharia lhe ceifou a vida, com apenas quarenta e seis anos.

Para o Exército Brasileiro, aquela guerra provou, definitivamente, a importância da Engenharia, reafirmada anos depois, na Segunda Grande Guerra. Lá, os engenheiros do 9º BE Cmb, em missão de reconhecimento especializado nos campos de batalha da Itália, tornou-se a primeira tropa brasileira a confrontar-se com o inimigo nazista e a avançar sobre uma cidade tomada pelos alemães. No decorrer da guerra, realizou inúmeros trabalhos de apoio às nossas tropas, tornando-se fundamental para a vitória.

Nos dias atuais, a Engenharia vem tendo um papel cada vez mais destacado nas ações de integração e de desenvolvimento do País, além de projetar a imagem do Exército e do Brasil em missões internacionais. Assim, na paz ou na guerra, ela se mostra imprescindível para que o Exército e o Brasil, se tornem fortes e capazes de se fazerem presentes em qualquer lugar, sintetizando o lema do Exército Brasileiro: “Braço Forte – Mão Amiga”.

Seja construindo pontes e estradas para a população, seja abrindo brechas em campos minados, estará sempre presente, nobre e altiva, ante o perigo e as necessidades da Nação, a Arma do Castelo Lendário.

A Engenharia segue avançando e modernizando-se, pioneira e brava, para um Brasil mais forte hoje e sempre, prestando apoio na conquista da vitória.

“Não vivemos em vão
Ao braço, firme! Avante, remar!”

FONTE: EB
ADAPTAÇÃO: DAN
NOTA do EDITOR: O DAN parabeniza aos nossos amigos Engenheiros Militares pelo seu Dia.



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