Avante Guerreiros de Selva do Comando Militar do Norte!

Por Ten Cel Rodrigo de Almeida Paim

Ao som da canção do Comando Militar do Norte (CMN), saudamos a mais nova Grande Unidade do Exército Brasileiro, a 22ª Brigada de Infantaria de Selva (22ª Bda Inf Sl), “Brigada Foz do Amazonas”, pelo seu segundo aniversário de criação, transcorrido no dia 29 de novembro de 2019.

Chefes militares, com visão geopolítica aguçada, lançaram-se em um grande desafio: o de instalar na foz do Amazonas, rio de maior extensão do mundo, a 22ª Bda Inf Sl. Com suas instalações sendo construídas na cidade de Macapá, única capital da federação em que a Linha do Equador passa, a Brigada representa o comprometimento do Exército com a “Defesa e Proteção da Amazônia Oriental”, conforme o lema do CMN. Estrutura audaciosa, que teve sua pedra fundamental lançada em 2014 e que possui a previsão de encerramento do projeto de implantação em 2024, caracteriza-se como modelo de excelência devido ao exitoso planejamento estratégico empreendido pelo Estado-Maior do Exército (EME).

A 22ª Bda Inf Sl possui área de responsabilidade de cerca de 10% do território nacional, sendo a única Grande Unidade da Amazônia a possuir fronteira terrestre e ser banhada pelo Oceano Atlântico. Estendendo-se desde a região da serra do Acaraí ao delta do rio Parnaíba, cresce de importância sua missão por abranger parte dos Estados do Pará e do Maranhão e a totalidade do Estado do Amapá. Além disso, a Brigada participa de Reuniões Regionais de Intercâmbio Militar (RRIM) com o Suriname e com a Guiana Francesa, Departamento Ultramarino da França, fortalecendo os laços de cooperação com nações amigas.

A “Brigada Foz do Amazonas” é integrada, atualmente, por quatro Organizações Militares: a Companhia de Comando (Cia C) e o Comando de Fronteira Amapá/34º Batalhão de Infantaria de Selva (CFAP/34ºBIS), ambas com sede em Macapá/AP; o 2º Batalhão de Infantaria de Selva (2º BIS), em Belém/PA; e o 24º Batalhão de Infantaria de Selva (24º BIS), em São Luís/MA.

Na área de fronteira, subordinada ao CFAP/34ºBIS, está a Companhia Especial de Fronteira (CEF), em Clevelândia do Norte, na cidade do Oiapoque/AP. Além disso, em Vila Brasil/AP, situa-se o Destacamento Especial de Fronteira (DEF), no Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque (PNMT), às margens do rio Oiapoque, limite com a Guiana Francesa, e, em Tiriós/PA, encontra-se o 1º Pelotão Especial de Fronteira (1º PEF), fronteira seca com o Suriname.

A partir da implantação da 22ª Bda Inf Sl, observa-se que o poder militar na região começa a ser incrementado, uma vez que a Brigada é a grande unidade básica de combinação de armas, integrada por unidades de combate, de apoio ao combate e de apoio logístico com capacidade de atuar de forma independente e de durar na ação. A “Brigada Foz do Amazonas” preenche uma lacuna que existia no Arco Norte do Brasil por ser a única área que não era abrangida por uma Grande Unidade, o que representa maior capacidade operacional e a presença constante de um Oficial-General estreitando as relações institucionais com os poderes constituídos e com a sociedade em geral.

A estratégia militar de fazer-se presente em todo o território nacional remonta os feitos dos portugueses que, com ousadia e intrepidez, desde o século XVI, lutaram e expulsaram invasores, conquistando diversas regiões que, hoje, estão localizadas na atual área de responsabilidade da 22ª Bda Inf Sl. Tais ações podem ser compreendidas a partir da existência da Fortaleza de São José de Macapá, na margem esquerda do rio Amazonas junto à sua foz; do Forte do Presépio, na Baía de Guajará; e do Forte Santo Antônio da Barra, na Ponta da Areia em São Luís. Essas fortificações foram simbolicamente representadas no estandarte histórico da 22ª Brigada para valorizar suas raízes históricas.

Sendo assim, a nação brasileira, abrangendo valores e tradições, riquezas minerais, biodiversidade e infraestruturas estratégicas, permanece soberana ao ser fortalecida. Independentemente de conjunturas políticas ou econômicas prioriza a Amazônia ao atender os preceitos da Política e da Estratégia Nacional de Defesa, propiciando aumento da presença do Estado na Faixa de Fronteira e sensação de segurança à população.

Por fim, ao compreendermos a importância geopolítica da 22ª Bda Inf Sl para o Exército e para o Brasil, podemos reafirmar a expressão do líder indígena Sepé Tiaraju: “Essa terra tem dono!”

Parabéns Brigada “Foz do Amazonas”! Parabéns aos herdeiros das tradições do português Pedro Teixeira e do General de Exército Rodrigo Octávio, antigo Comandante Militar da Amazônia (de 26 de julho de 1968 a 1º de julho de 1969)!

Que os anos vindouros sejam repletos de sucesso!

Selva!!!

FONTE: EBlog

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