Futuro governo Lula vai rever a compra do Centauro?

Por Guilherme Wiltgen e Luiz Padilha

Anunciado no último dia 25/11 o resultado do programa Viatura Blindada de Combate de Cavalaria Média Sobre Rodas 8×8 (VBC Cav MSR 8×8) pelo Exército Brasileiro, que teve como vencedor as empresas italianas de Defesa, Leonardo, Iveco e Oto-Melara, através  do Consórcio Iveco-Oto Melara (CIO), que ofertou o Centauro II com canhão de 120mm, o contrato está programado para ser assinado no próximo dia 05/12, no Quartel-General do Exército Brasileiro em Brasília.

Porém, nessa segunda-feira (28), um novo capítulo pode mudar os rumos da escolha da nova Viatura Blindada do EB.

Em sua conta oficial no Twitter, a Presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, do qual o candidato Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para exercer seu terceiro mandato, considerou o contrato “lamentável” e, em tom de ameaça disse que “Estudaremos o que pode ser feito a partir de janeiro”.

Sem fazer juízo sobre às críticas políticas do tweet, esse tipo de postura não é esperado dos futuros governantes do Brasil, principalmente no que tange o reequipamento das Forças Armadas e, por conseguinte, a Defesa da Soberania Nacional, na qual durante a sua campanha eleitoral, o então candidato Luiz Inácio relembrou que vários contratos de reequipamento haviam sido realizados durante a sua gestão.

A publicação pode ser apenas uma retórica ou uma tentativa de demonstração de força junto às FFAA, tendo em vista que o governo eleito vem sofrendo forte resistência de parte da sociedade brasileira, que não aceita os resultados das eleições, e pede por uma intervenção das Forças Armadas, além das críticas que o partido fez quanto a presença de militares da reserva no atual governo Bolsonaro.

Como o candidato eleito e a sua equipe de transição ainda não definiram o nome de quem será o próximo Ministro da Defesa, e nem os novos Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, esperamos que o novo Chefe da pasta, seja ele um civil ou militar da reserva, assuma e respeite a decisão do Exército Brasileiro na escolha do VBC Cav-MSR 8×8, tendo em vista se tratar de uma aquisição de um programa de Estado e não de governo.

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