Por Guilherme Wiltgen
Tendo como ambiente operacional o moderno Forte Ricardo Kirk, sede do Comando de Aviação do Exército (CAvEx), no município paulista de Taubaté, o Exército Brasileiro realizou hoje (25) o Apronto Operacional das tropas participantes da Operação Perseu.
Nessa oportunidade, todos os militares, equipamentos, viaturas e aeronaves estavam reunidos para que o Comandante do Exército, Gen Ex Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, e o Comandante Militar do Sudeste, Gen Ex Guido Amin Naves, verificassem o nível de preparo das tropas.
A Operação Perseu, o maior exercício da Força Terrestre no ano de 2024, visa adestrar as tropas da Força de Prontidão Operacional (FORPRON), aptas a serem empregadas em missões de defesa da pátria, cooperação e coordenação com agências e apoio à política externa, com presteza, flexibilidade, eficácia e efetividade.
Serão empregados 51 veículos blindados, 433 viaturas não blindadas, 15 aeronaves e 7.752 militares oriundos de 5 comandos militares de área, ou seja, de vários estados do Brasil.
A Operação Perseu marcou o primeiro pouso do KC-390 Millennium no Comando de Aviação do Exército, ampliando a capacidade aeromóvel do Exército Brasileiro.
As ações no terreno ocorrerão nos municípios paulistas de Caçapava, Taubaté, Pindamonhangaba, Lorena, Cachoeira Paulista, Cruzeiro, Silveiras e Areias, finalizando em Resende, no Estado do Rio de Janeiro.
Apresentação dinâmica das capacidades
De forma simplificada, foi apresentado hoje no CAvEx um pouco do que será realizado nos próximos dias até 5/12.
Salto livre operacional (SLOp)
É uma técnica utilizada por Forças de Operações Especiais e Precursores Paraquedistas para infiltrar pessoal ou material, preparar operações e realizar reconhecimento em áreas de acesso restrito. Uma aeronave HM-3 Cougar, do 2° Batalhão de Aviação do Exército (2º BAvEx) realizou o lançamento a 8 mil pés.
Transposição de Curso D’água
Tem como objetivo levar o poder de combate através de um obstáculo aquático. Nesta operação, foram empregadas Viaturas Blindadas de Transporte de Pessoal Médio sobre Rodas Guarani e equipamentos da Engenharia do Exército para a transposição.
Assalto Aeroterrestre e Aeromóvel
São operações militares que envolvem o uso de aeronaves para sua realização. O assalto aeroterrestre ocorre com o lançamento de paraquedistas e equipamentos para o cumprimento de missões em território inimigo.
Já o assalto aeromóvel, a infiltração é feita com o apoio de helicópteros, que transportam as tropas até o local de desembarque, em solo inimigo.
Tropas paraquedistas do Rio de Janeiro participam deste exercício, com apoio da aeronave KC-390 Millennium, da Força Aérea Brasileira (FAB).
O Comando de Aviação do Exército participa com o emprego das aeronaves de asas rotativas para o assalto aeromóvel. Um HM-4 Jaguar, do 1° Batalhão de Aviação do Exército (1° BAvEx) realizou o Assalto Aeromóvel utilizando a técnica de Fast-Rope para infiltração da tropa.
Dois helicópteros HA-1A Fennec realizaram o apoio aéreo aproximado de dois HM-1A Pantera durante a exfiltração da tropa.
Marcha para o combate, Ataque e Operações contra Forças Irregulares
Foram demonstradas as operações ofensivas, tendo a primeira o deslocamento das tropas para aproximação e contato com o inimigo. Após isso, é efetuado o ataque. Este exercício marca a conquista dos objetivos propostos no Teatro de Operações simulado na Operação Perseu.
Durante o exercício, haverá emprego de diversos meios, armamentos e viaturas. É a parte do exercício mais próxima de um combate real entre forças inimigas.
Hoje foram utilizadas Viaturas Blindadas de Combate Obuseiro Autopropulsado M109, howitzer M-101 AR 105 mm, Radar Saber M60, mísseis RBS70 e VBTP Guarani.
Ataque, junção e Tiro de Fração
Após todos os deslocamentos das tropas, por terra e por ar, elas voltam a se reunir na junção. Em seguida, realizam o Tiro de Fração, cujo objetivo é manter o terreno e permitir a progressão da tropa.
O exercício será realizado em condições mais próximas possíveis da realidade do combate, no mais alto nível de comando operacional, com um Teatro de Operações que empregará a tropa no terreno, aplicando a doutrina militar vigente dentro de um quadro tático de combate no amplo espectro.
A Operação Perseu se iniciou hoje e vai até o dia 05 de dezembro.
Parece mais um desfile do que um exercício.
Esta ai é so a demonstração pros velhos
Pois é. Só fico imaginando como um Exército com sérias restrições orçamentárias consegue bancar uma apresentação com esse contingente. O racional e lógico seria empregar recursos escassos somente com a operação em si, e não com uma formatura dessas. Infelizmente temos um exército de desfiles que as vezes parece valorizar mais uma formatura e ordem unida do que a operacionalidade em si.