Primeiras impressões da Avaliação Operacional do Twin Otter

1. Em um dos pousos efetuados a aeronave foi capaz de pousar em 95 m de pista com (17 tripulantes, Peso Total de 5180 kg, 93% do peso máximo permitido para pouso, 32°C, PEF de Maturacá, com 7 kt de vento lateral) (Referência a largura do campo de futebol varia entre 45 e 90 m, ou seja, entre um escanteio e outro).

2. Foram necessários 282 m para realizar a decolagem no peso máximo (5670 kg) executado no PEF de São Gabriel da Cachoeira e 28°C de temperatura ambiente (10 tripulantes e 532 kg de mantimentos).

3. Carregamento/Descarregamento de itens leves como caixas e mantimentos é simples e não exige auxílio de equipamento externo.

4. Foi verificado limitação da aeronave de carregamento de itens de maior volume como caixa com pás de helicópteros e caixa de motor dos modelos da AvEx.

5. Aviônica moderna que aumenta o nível de segurança de voo no teatro amazônico, pois o sistema de simples navegação nos mapas e sobreposição com os auxílios meteorológicos, mesmo para pouso em PEFs que não dispõem de auxílios de solo. Para aeroportos estruturados a aeronave atende aos requisitos mais modernos de navegação (RNP APCH).

6. Todas as partidas realizadas sem auxílio externo em condições quentes.

7. Foi observado uma pane de indicação de Ng de um dos motores em voo, provavelmente mau contato por conta da umidade, que foi resolvida ao ser religado o sistema. Durante a operação em condições quentes (43°C dentro da cabine) e umidade superior a 90% foi a única pane observada.

8. Tempo de subida de Iauaretê (400 ft) para o nível de cruzeiro de 10.500 ft foi de 6 minutos.

9. Realizado voo entre nuvens e turbulência a mesma demonstrou segurança para a tripulação devido a integração do Radar Meteorológico com os mapas.

10. Teto da cabine de passageiros é baixo. (Andar na aeronave curvado).

11. Carregamento de itens mais pesados irá necessitar de empilhadeira ou rampa improvisada nos PEFs devido à altura da porta 1.30 m do solo.

12. Verificado pequenos erros de harmonização da iluminação noturna, que seriam importantes para voo com óculos de visão noturna. (A versão apresentada não era compatibilizada para o voo noturno com uso de óculos de visão noturna).

13. Para aumentar a autonomia para o voo na região do CMA a versão ideal seria com possibilidade de colocar combustível no tanque de asa e com peso máximo estendido para 6.300 kg.

14. Escada é necessária para o mecânico inspecionar o motor.

15. O pré-voo é rápido com cerca de 5 minutos, pois é retirado as proteções do motor e feito inspeções visuais. Apenas o primeiro voo do dia exige uma verificação dos motores de cerca de 5 minutos.

16. O abastecimento somente pode ser feito por gravidade, pois não existe provisão para abastecimento sob pressão que permitiria executar o abastecimento em tempo chuvoso.

17. A aeronave se mostrou econômica com gasto médio de 272 Kg/h de QAV-1 que permitiu voo no peso máximo de São Gabriel da Cachoeira e pouso em Iauaretê, com reserva para mais 1 hora de voo.

18. O posto de pilotagem é confortável, entretanto, sob o aspecto ergonômico, por ser uma aeronave monopilotada, alguns controles estão dispostos a esquerda, o que gera dificuldades para o segundo piloto. Também foi observado que o comando do manche limita a visão e manipulação de alguns painéis.

19. Possui espaços nos bagageiros de nariz (cerca de 1 m3) e na parte traseira (2 m3).

20. Pode transportar 19 passageiros, 15 paraquedistas enganchados e 21 paraquedistas livres. Essas capacidades são dados de manual e não foram verificados devido a configuração da aeronave apresentada para a demonstração.

21. Aquisição das aeronaves pode ser feita via CCC (similar ao FMS norte americano) ou por linha de crédito junto ao Governo Canadense com taxas de juros diferenciadas (estimadas em 3,5% ao ano).

22. Vida útil da fuselagem (66.000 horas ou 132.000 ciclos). Revisão geral do motor PT6-A34 de 4000 horas de voo.

23. Possibilidade de colocação de flutuadores (40 homens/horas para colocação e retirada do kit de flutuação, na prática, tempo médio de 10 horas para a instalação).

24. A empresa assegurou o suporte para treinamento das tripulações e do pessoal necessário para realização da manutenção da aeronave, além de suporte logístico no Brasil – suprimento para turbina (Jundiaí-SP) e Aviônica da aeronave do fabricante Honeywell (Atibaia-SP).
25. Estimativa de tempo em solo para realização das manutenções programadas são de 18 dias por ano, levando em consideração um esforço aéreo de 800 horas/ano por aeronave.

26. A Força Aérea Peruana adquiriu 12 exemplares deste avião que operam desde de 2012 na base aérea de Iquitos, na Amazônia peruana, em missões de transporte logístico e missões de misericórdia.

27. Custo estimado da aeronave de US$ 6.000.000,00.

28. Todos da equipe de avaliação, bem como integrantes do CMA ficaram muito bem impressionados com a performance da aeronave Twin Otter serie 400.

Um estudo técnico e logístico detalhado será apresentado oportunamente pela equipe de avaliação Twin Otter serie 400: Ten Cel QMB Edalmo – Gerente de Manutenção de Aeronaves e Oficial do QEMA (DMAvEx), Cap Inf Martins – Piloto de Ensaios em Voo (CAVEx) e Cap QEM Cortes – Engenheiro de Ensaios em Voo (CAVEx).

FONTE e FOTO: EB

 

 

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