Sisfron ajuda as Forças Armadas do Brasil a proteger regiões fronteiriças

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O projeto-piloto do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron) vai empregar tecnologia para ajudar o Exército Brasileiro melhorar a segurança nas áreas de fronteira. O Sisfron foi lançado em 13 de novembro pela Quarta Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Dourados, no Mato Grosso do Sul.

As Forças Armadas do Brasil lançaram recentemente uma iniciativa para melhorar a segurança ao longo das fronteiras do país.

Em 13 de novembro, o Exército Brasileiro ativou o projeto-piloto do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), que ajudará as forças de segurança a detectar atividades ilícitas, como o narcotráfico e o contrabando de armas, nas regiões fronteiriças.

A cerimônia de lançamento foi realizada na 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada de Dourados, cidade do estado de Mato Grosso do Sul, onde funciona um dos quatro centros de operação. Os outros três estão sendo implantados em quartéis nas cidades de Mundo Novo, Iguatemi e Caracol.

“O Sisfron busca fortalecer a capacidade de ação do Exército na faixa de fronteira do país, uma área de 1,2 milhão de quilômetros quadrados. Por isso, é considerado o maior sistema de monitoramento de fronteiras do mundo”, afirma o Centro de Comunicação Social do Exército (CCOMSEx).

Investimento de longo prazo

O sistema é resultado de um investimento de longo prazo na segurança das fronteiras do país, com um custo aproximado de R$ 12 bilhões.

O Sisfron ajudará as forças de segurança a detectar atividades suspeitas a até 20 km de distância. Trata-se de um sistema integral que inclui equipamentos sofisticados para tarefas de inteligência, vigilância, tecnologia da informação e guerra eletrônica.

“O sistema de guerra eletrônica observará as irradiações existentes no espaço eletromagnético, em determinada área geográfica, para identificar mudanças ou anomalias que indiquem a ocorrência de atividades ilícitas”, diz o CCOMSEx.

A fase-piloto conta com 68 antenas de comunicação, uma infovia (linha digital para redes eletrônicas), radares, sensores eletromagnéticos, componentes táticos e de comunicação satelital, além de centros de comando e controle. Em etapas posteriores, o sistema também usará drones. Os equipamentos estão sendo instalados pela Savis, uma empresa do grupo Embraer, e a previsão é que estejam operando plenamente até 2021.

Toda a sociedade será beneficiada

O Sisfron dará apoio ao Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), criado pela presidente Dilma Rousseff em 2011 para reforçar a presença do Estado ao longo dos limites terrestres do Brasil com outros 10 países ou territórios: Suriname, Guiana Francesa, Guiana, Venezuela, Peru, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
O PEF inclui a Operação Ágata, liderada pelo Ministério da Defesa, e a Operação Sentinela, coordenada pelo Ministério da Justiça.

Em maio de 2014, a Operação Ágata 8 mobilizou 30 mil militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica no patrulhamento das fronteiras como parte dos preparativos para a Copa do Mundo. Os soldados apreenderam 40 toneladas de drogas, um recorde em relação às operações anteriores, segundo o Ministério da Defesa. Na Operação Ágata 7, antes da Copa das Confederações, foram confiscadas 19 toneladas de narcóticos.

Os benefícios do Sisfron irão além da área de fronteira, “O sistema permitirá enfrentar problemas que atingem grandes cidades, como as drogas e o contrabando de armas”, disse o ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim.

O Sisfron permitirá uma melhoria na segurança pública em municípios como Dourados, no Mato Grosso do Sul, onde a violência vem aumentando, segundo o deputado federal Geraldo Resende, secretário-geral da Frente Parlamentar Mista para o Desenvolvimento da Faixa de Fronteira.

“A facilidade atual com que os traficantes cooptam nossos jovens é um dos fatores que contribuem para a sensação de impunidade que gera a violência”, disse Resende após a cerimônia de lançamento, de acordo com o site do jornal local O Progresso .

Sisfron incentivará a cooperação entre militares e policiais

Além disso, o sistema de vigilância ajudará a promover maior interação entre as Forças Armadas e órgãos de segurança pública e inteligência.

“O Sisfron permitirá a cooperação interagências e uma maior capacitação profissional, além de contribuir para a geração de emprego e renda”, disse o General Juarez Aparecido de Paula Cunha, comandante do Comando Militar do Oeste do Exército.

As autoridades brasileiras estimam que o projeto vai gerar cerca de 1.000 empregos diretos e 4.000 indiretos. O Sisfron deve contribuir ainda com o adestramento da tropa, diz o CCOMSEx. O projeto também poderia levar a mais iniciativas de cooperação com forças de segurança dos países vizinhos.

“O Sisfron foi concebido para ser um instrumento de produção do conhecimento e de apoio à atuação [das Forças Armadas]. Está orientado não só para o emprego do Exército Brasileiro, mas também para ajudar na execução de operações interagências, podendo vir a cooperar com países fronteiriços”, diz o CCOMSEx.

FONTE: Diálogo, por Eduardo Szklarz

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