A dor libanesa se transforma em fúria contra a classe política

Foto /HASSAN AMMAR

Associated Press (AP)- A dor aguda se transformou em fúria depois que as feridas libanesas foram expostas para o mundo ver enquanto a nação, já envolvida em uma crise avassaladora, lamentava seus mortos após a explosão massiva que devastou a capital, Beirute. O apelo queixoso de uma mulher durante a visita do presidente francês Emmanuel Macron, foi para saber quem a liderança está culpando pela explosão mortal.

Em um dos momentos mais importantes de sua visita relâmpago, quando confrontado pela mulher perturbada em um mar de moradores enfurecidos, Macron parou e lhe ofereceu um abraço. Depois que Macron deixou o Líbano, dezenas de manifestantes revoltados se reuniram em Beirute nas estradas que levam ao prédio do governo e ao parlamento, atirando pedras nas forças de segurança, colocando fogo em pneus e gritando contra a elite política.

As forças de segurança os afastaram, eventualmente disparando gás lacrimogêneo para dispersar a multidão. Um juiz militar libanês que liderou a investigação disse que 16 funcionários do porto de Beirute, local da explosão, foram detidos. As equipes de resgate ainda estão procurando corpos nos destroços do porto de Beirute hoje, quase três dias após a explosão ter matado cerca de 150 pessoas e ferido milhares.

A explosão de Beirute será catalisadora de mudanças?

Enquanto a raiva aumenta entre uma população em estado de choque que foi levada à pobreza e ao desespero, resta saber se será o catalisador há muito esperado para desalojar uma classe política entrincheirada responsável por corrupção crônica e má administração.

Os governantes do Líbano provaram ser extremamente resistentes. Eles se penduram de uma eleição para a seguinte, em grande parte por causa do sistema sectário de divisão do poder do país e uma lei eleitoral antiquada, escreve Zeina Karam de Beirute.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN

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