Agitação militar espanhola frente as hostilidades da Rússia

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As relações diplomáticas e militares entre Espanha e Rússia, não atravessam o seu melhor momento, e de encontro a uma grave crise que eclodiu após o anúncio de que o escudo de defesa de mísseis dos EUA seria instalado na Base Naval de Rota. O bom clima entre os dois países vem desaparecendo e com isso, tem ocorrido situações de tensão e de alerta quanto a presença recente de navios e aviões de guerra russos na Península Ibérica.

A atual situação de hostilidade, gerou preocupação entre os comandantes militares espanhóis. O Ministério da Defesa tem esses episódios registrados durante o último mês, que consideram abertamente uma ” escalada de tensão” entre os dois países, singularmente por Moscou.

O último, e mais grave, dos incidentes revelados, foi o voo de um caça russo Sukhoi 35 (Su-35S) que contornava a Península Ibérica e o espaço aéreo espanhol, até além do Cabo de São Vicente, ficando a uma pequena distância da Base Naval de Rota.

O intruso causou a mobilização e deu início a uma missão de interceptação por dois F-18 Hornet, um dos Zaragoza e uma das Torrejon. Na Força Aérea, suspeita-se que o “visitante” estava medindo o tempo estado de alerta e de reação, frente a presença de aeronaves “inimigas”.

Recusa de atracar em Ceuta

Este incidente com o Su-35, tem preocupado os militares espanhóis, especialmente por ter acontecido apenas 20 dias depois da Espanha ter se recusado a autorizar a Frota do Norte da Rússia, a fazer escala em Ceuta, durante sua para o Mediterrâneo e a Síria. A frota russa foi seguida de perto por uma fragata e dois barcos de patrulha da Marinha espanhola.

O governo espanhol foi fortemente pressionado pela OTAN, especialmente pelos Estados Unidos e o Reino Unido. Os contatos reservados com o Kremlin, através de sua embaixada, levou a Rússia finalmente a retirar o seu pedido para atracar em Ceuta.

No entanto, a solução não foi confortável para Moscou. No início de novembro, o ministro da Defesa russo atacou duramente a Espanha: “Estamos especialmente espantado com a posição de alguns países, que sob pressão dos EUA e da OTAN, anunciou publicamente a recusa de entrada dos nossos navios em seus portos”, afirmou. Por trás dessa afirmação hostil, fontes diplomáticas viram também uma resposta ao compromisso, anunciado recentemente, de que a Espanha estaria disposta a enviar tropas à Letônia, em missão da OTAN.

Dois bombardeiros em Bilbao

Esta escalada de incidentes começou com outro voo inesperada de aviões russos, que chegaram a apenas 100Km de Bilbao. Dois bombardeiros estratégicos Tupolev 160 chegaram à Baía de Biscaia, fazendo com que fossem lançados dois caças F-18 baseados em Zaragoza. “Surpreendente em apenas um mês, unidades russas causaram três acionamentos de unidades espanholas”, dizem fontes militares. Eventos semelhantes ocorreram em décadas anteriores, com um voo isolado, um submarino russo … mas, não tão intensamente como agora “, acrescentou.

O escudo antimísseis em Rota

Essa hostilidade recente também surpreendente porque a Espanha e a Rússia tinham estabelecido sólidas relações diplomáticas, comerciais e militares na última década. Na verdade, “a Espanha tem sido nos últimos anos um dos países com maior probabilidade de suspender as sanções impostas à Rússia” dizem fontes diplomáticas.

Em outubro de 2011, o primeiro-ministro José Luis Rodriguez Zapatero, anunciou a participação da Espanha no Missile Shield, especialmente a partir da base de Rota. Nesta ano, as relações diplomáticas entre os dois países tomaram rumos inesperados por Moscou. O Kremlin não esperava que Rota fosse estar disponível para o projeto da OTAN, sendo percebido como uma ameaça à sua segurança. A chegada do Escudo antimísseis marcou um ponto de virada nas relações que haviam melhorado ao longo de décadas.

FONTE: ECD
FOTOS: Ilustrativas
TRADUÇÃO E ADAPATAÇÃO: DAN

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