Argentina, a meio caminho de ficar entre guarda costeira e navios de guerra

corveta tipo 056

Com os recentes acordos assinados pelos presidentes Cristina Fernandez e Xi Jinping de China, a Argentina, possivelmente terá para a Marinha uma variante da corveta Tipo 056 (código OTAN Jiangdao), que se encontra em serviço desde 2012 na PLA Navy. Esta é uma corveta missilística com versão para guerra anti-submarina (056A).

O estaleiro Huangpu construiu um casco Tipo 056 para a China Coast Guard (CCG). Este casco é de 90 metros de comprimento e desloca 1.500 toneladas. Não tem nenhum canhão de 76 mm ou mísseis anti navio, nem antiaéreo de curto alcance ou outros sistemas de armas. O que tem é um convés de vôo e um hangar para operar o Z-9, uma cópia do helicóptero Eurocopter AS-365 Dauphin com um peso máximo de decolagem de 4,5 toneladas.

Com base nesta variante foi desenvolvido o casco do P-18N, que foi oferecido pela China a Argentina para ser construído localmente como OPV, mas durante toda a era Kirchner não foram executados, apesar dos desenhos de engenharia terem sido pagos.

P18N

É impressionante o cancelamento definitivo da construção do OPV Fassmer, com 80 metros de comprimento e um deslocamento de 1.850 toneladas. Unidades similares armadas pelos estaleiros navais chilenos são alimentados por dois motores Wärtsilä 12 cilindros gerando 4.000 kW. Pode atingir uma velocidade de 23 nós e tem uma reserva de 300 metros cúbicos de óleo combustível, que permite um alcance máximo de 12.000 milhas náuticas em patrulha a 12 nós com uma tripulação de 30/35 homens. Eles são armados com um canhão de 40 mm e duas metralhadoras 12,7 milímetros. Seu custo estimado em 2005 foi de US$ 25 milhões cada uma unidade.

OPC Fassmer

 

Os dois P18N adquiridos pela Nigéria, de acordo com informações recolhidas a partir de fontes confiáveis, custaram cerca de US$ 42.000  cada unidade. Eles seriam fornecidos com dois motores diesel MTU de 20 cilindros de 90°V e uma potência de 3.900 kW a 2.100 rpm, o que lhes permitiria chegar a 21 nós e uma tripulação de 70 homens. Eles estão armados com um canhão de 76mm, 2 de 30mm e 2 metralhadoras de 20 mm. Eles podem operar e acomodar um helicóptero de até 5 toneladas, suportando 20 dias de navegação sem reabastecimento, com autonomia de 3.000 milhas náuticas a 14 nós.

A comparação entre os dois navios mostra o melhor desempenho e design do OPV Fassmer. Basicamente destacando sua autonomia e menor custo para operar o navio em pessoal e combustível.

Também parece paradoxal enfrentar a escassez de recursos que tem a Marinha, refletindo nos poucos dias de mar anuais com as nove corvetas existentes que poderiam cumprir esse papel (seis da classe Espora (Meko 140) atracadas em Puerto Belgrano e três da classe Drummond atracadas em Mar del Plata), incorporar cinco novos navios não exatamente de baixo custo de manutenção e pobre desempenho em patrulha.

ARA Espora – Melo 140

Estes cascos não atendem a necessidade da Marinha para operar um helicóptero médio em uma condição de Mar 5 (World Meteorological Organization Sea State Code). Ou seja, com ondas entre dois e quatro metros de altura, realizáveis no Atlântico Sul. A Argentina não possui atualmente navios para guerra ASW e AAW, que operem helicópteros médios, e muito menos de patrulha oceânica(OPV).

Pode-se inferir o fator dominante na tomada desta decisão. A Argentina no Ocidente sob a administração Kirchner, na prática não possui acesso ao crédito. Para a China, contra bilionários acordos econômicos alcançados com a Argentina, muito favoráveis a ela, financiar este contrato de US$ 250 milhões, parece como é comumente conhecido, um “troco”.

Sendo a Guerra das Malvinas um sentimento tão caro para os argentinos, chama a atenção este tipo de patrulha, que não representa qualquer orgulho nacional, seja chamado de Ilhas Malvinas.

De frente para as fragatas Tipo 23 ou no futuro as Tipo 26, alternando com os destroyers Tipo 45 patrulhando as águas das Malvinas, isso faz com que qualquer argentino se sinta fraco e desprotegido!

FONTE:Infodefensa

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