Capacetes azuis da ONU comemoram aniversário

As forças pacificadoras da ONU comemoram o 65º aniversário. Às vezes, a eficiência das ações das forças da ONU é colocada sob questão, mas a verdade é que a necessidade dos capacetes azuis cresce a cada ano. Atualmente, eles participam em operações de manutenção da paz em catorze regiões do mundo.

O ano de 1948 é considerado o ponto de partida da história das Forças de Paz da ONU. Nesse ano o  Conselho de Segurança da ainda jovem Organização das Nações Unidas tomou a decisão de controlar o cumprimento do frágil acordo de armistício concluído entre os participantes da primeira guerra árabe-israelense. Foi instalado um contingente de observadores da ONU na zona do conflito no Oriente Médio.

Em 1956, os capacetes azuis cumpriram, pela primeira vez, uma missão de paz em forma de forças armadas extraordinárias da ONU, controlando a retirada de todas as tropas estrangeiras da zona do Canal do Suez. A partir da primeira guerra árabe-israelense  até hoje, os capacetes azuis tomaram parte em setenta operações pacificadoras em todo o mundo.

A ONU não dispõe de tropas próprias. Os contingentes de paz são unidades militares nacionais que os países membros da ONU concedem voluntariamente, para manter a paz nesta ou naquela região da Terra.

Assim, na composição das Forças Armadas russas existe desde 2004 a 15ª brigadade paz motorizada. Ela é constituída totalmente de militares profissionais e é uma formação altamente móvel, pronta para cumprir missões em praticamente qualquer região do continente euro-asiático. Diferentes  do destacamentos do exército russo, inclusive paraquedistas e pilotos da Força Aérea, participaram várias vezes em missões pacificadoras internacionais.

A necessidade da presença dos capacetes azuis é confirmada em cada operação. Assim aconteceu e acontece no decorrer do conflito árabe-israelense, bem como na África. Por exemplo, no Congo, depois da conquista da independência em relação à Bélgica, as forças da ONU desempenharam papel-chave na contenção da guerra civil, que tinha todas as chances de se tornar uma matança sangrenta de envergadura regional.

Infelizmente, algumas operações de paz não atingiram os objetivos. Assim, as forças da ONU não conseguiram impedir a terrível chacina  no ano de 1993 em Ruanda, e  os assassinatos em massa na região de  Srebrenica, na Bósnia, em 1995.

Nem todas as operações das forças da ONU são ideais e a crítica de certos aspetos das ações dos capacetes azuis é justificada – considera o membro do Conselho Russo para a Política Externa e de Defesa, Timofei Bordachev. Mas, em amplo sentido, a ideia da criação das forças de paz da ONU é justificada.

“Nos últimos decênios, os pacificadores da ONU, capacetes azuis e boinas azuis, ajudaram a preservar um enorme número de vidas humanas. Sua atividade, com risco diário da própria vida, ajudaram a criar a reputação da ONU como instituto internacional realmente atuante, cujas decisões e ações influem sobre a vida das pessoas.”

A criação das forças de paz da ONU ajudou a solucionar uma série de conflitos e situações complexas em muitas regiões da África, Sudeste Asiático e no Oriente Médio, assinala, por sua vez, o cientista político Piotr Topichkanov, da Academia de Ciências da Rússia:

“É evidente que nós iremos observar o desenvolvimento do instituto de pacificadores internacionais. No mundo contemporâneo surge uma série de novas ameaças, que exigem novos enfoques, novos recursos, possibilidades de reagir rapidamente às ameaças. Por exemplo, a questão da proliferação das armas nucleares exige uma interação combinada das forças armadas de diferentes países. Talvez a prática pacificadora possa ser útil para, na base dela, criar forças operacionais de reação rápida, que possam realizar operações contra organizações terroristas suspeitas de ter tecnologia nuclear”.

Ao mesmo tempo, existe um problema sério relacionado com as condições em que decorrem as missões de paz. Via de regra os pacificadores são enviados para países ou regiões onde as instituições de poder são fracas ou não existem. Como resultado, os próprios pacificadores ficam indefesos diante das ameaças de todo tipo de rebeldes, amotinados ou simplesmente bandidos, contra os quais são obrigados a defender a população civil. A série dos recentes sequestros de capacetes azuis da ONU por rebeldes sírios nos Montes Golã ilustra bem a situação.

O pior é quando matam os pacificadores. Durante a missão de paz no Chipre, a partir de 1964, foram mortos 181 pacificadores. A partir de 1978 foram mortos 296 soldados da ONU durante a operação de paz no Líbano. Estas foram as maiores perdas durante missões reais.

FONTE : Voz da Russia

ADAPTAÇÃO : Defesa Aérea & Naval

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