Comandante da Marinha da Ucrânia adere às autoridades da Crimeia

Em meio à deserção de militares, Ucrânia abre processo de traição. Premiê pró-russo da Crimeia anuncia criação de Marinha de Guerra.

O comandante-em-chefe da Marinha da Ucrânia, almirante Denis Berezovski, aderiu neste domingo (2) às autoridades pró-russas da Crimeia.

O anúncio foi feito em entrevista em Sebastopol, onde está a frota russa do Mar Negro. “Juro cumprir as órdens do comandante-em-chefe da República Autônoma da Crimeia”, disse Berezoveski, a quem o presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchinov, havia designado na sexta-feira como chefe da Marinha da Ucrânia.

Criação de Marinha de Guerra

De acordo com a agência russa “Interfax”, o primeiro-ministro pró-Rússia da Crimeia, Serguei Axionov, anunciou também neste domingo a criação da Marinha de Guerra dessa república autônoma.

Axionov, nomeado há três dias pelo Parlamento da Crimeia, e não reconhecido pelas autoridades de Kiev, acrescentou que no comando da armada estará justamente o almirante Denis Berezovski.

Ucrânia abre processo sobre deserção

Diante das declarações, o ministro da Defesa da Ucrânia, Vladimir Zamana, afirmou que o vídeo divulgado pela imprensa russa no qual o Berezovski jura fidelidade ao povo da Crimeia, é “uma provocação”. Ele também negou inicialmente a deserção do comandante mas, pouco depois, anunciou a sua destituição do cargo. O governo também abriu um processo acusando o ex-comandante de “traição”, em seu segundo dia no cargo.

“Durante o bloqueio do quartel-general da Marinha pelas forças russas, ele se recusou a oferecer resistência e abaixou as armas”, disse Viktoria Syumar, do Conselho de Segurança da Ucrânia. Outro almirante, Serhiy Hayduk, foi colocado no comando da Marinha ucraniana.

“Acabo de voltar de Sebastopol (porto na Crimeia em que Ucrânia e Rússia têm bases navais), estive lá por um dia. O contra-almirante Berezovski cumpriu todas as obrigações. O povo agora cumpre seu juramento à Ucrânia em condições muito difíceis”, assegurou, em declarações à “BBC”.

Ele também pediu que militares que estão servindo em Sebastopol que desobedeçam as ordens procedentes das novas autoridades de Kiev.

FONTE: G1

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