Coreia do Norte pode preparar novo lançamento de míssil, alerta Seul

A Coreia do Norte pode estar preparando um novo lançamento de míssil – indicou o Ministério sul-coreano da Defesa nesta segunda-feira (4), um dia depois de Pyongyang anunciar o “sucesso” de um teste nuclear e reivindicar a posse de uma bomba H.

Indícios de que a Coreia do Norte “prepara um novo disparo de míssil balístico foram detectados constantemente desde o teste de domingo”, afirmou o Ministério.

O ministro sul-coreano da Defesa, Song Young-Moo, disse ainda que seu país acredita que a Coreia do Norte miniaturizou com sucesso uma arma nuclear para que seja instalada em uma ogiva. “Acreditamos que entra em um míssil balístico intercontinental”, declarou o ministro aos deputados no Parlamento, depois do mais potente teste nuclear realizado por Pyongyang até o momento.

Nesse contexto, Seul e Washington reforçarão o escudo de defesas antimísseis (THAAD) já instalado na Coreia do Sul, informou a pasta. “Muito em breve serão deslocados temporariamente outros quatro lançadores restantes, após consultas entre Coreia do Sul e Estados Unidos, para contra-atacar as crescentes ameaças nucleares e de mísseis procedentes do Norte”, acrescentou.

O anúncio foi feito algumas horas depois de a Coreia do Sul realizar um exercício com mísseis balísticos em resposta ao teste nuclear norte-coreano de domingo. No treinamento, foram utilizados “mísseis balísticos sul-coreanos do tipo Hyunmoo e caças F-15K”. O alcance dos alvos simulados foi equivalente à distância da área de testes nucleares norte-coreano Punggye-ri, na região nordeste do país.

Em fotografias divulgadas por Seul, os mísseis Hyunmoo aparecem em uma rampa de lançamento na costa leste do país.

Potência três vezes maior que bomba de Hiroshima

Míssil balístico Hyunmoo 3

De acordo com a Coreia do Norte, o sexto teste do país usou uma bomba de hidrogênio e foi o teste nuclear mais potente de Pyongyang. O regime comunista anunciou que a bomba é suficientemente pequena para ser montada em um míssil intercontinental.

Em julho, a Coreia do Norte testou, duas vezes e com sucesso, um míssil balístico intercontinental (ICBM), o que deixaria o território americano ao alcance de um ataque norte-coreano.

Seul afirmou que a potência do teste nuclear norte-coreano foi estimada em 50 quilotons, cinco vezes mais que o último teste nuclear realizado por Pyongyang em setembro do ano passado e três vezes mais que a bomba americana que destruiu a cidade japonesa de Hiroshima em 1945.

Uma fonte do Ministério sul-coreano da Defesa não confirmou, no entanto, se o teste utilizou uma bomba de hidrogênio, e afirmou apenas que seria “uma variedade de material nuclear”.

Condenação unânime

Após o teste, o governo dos Estados Unidos advertiu que poderia dar uma “reposta maciça militar” ante qualquer ameaça da Coreia do Norte. O presidente Donald Trump denunciou ações “muito hostis e perigosas para os Estados Unidos” por parte de Pyongyang, antes de liderar uma reunião com sua equipe de Segurança Nacional, incluindo o secretário da Defesa, Jim Mattis, na Casa Branca.

Após a reunião, Mattis fez novas advertências a Coreia do Norte: “Qualquer ameaça contra os Estados Unidos, ou seus territórios – incluindo Guam, ou nossos aliados -, será objeto de uma resposta militar maciça”. “Não estamos buscando a aniquilação total de um país, a Coreia do Norte. Mas, como disse, temos muitas opções para fazê-lo”, completou.

Nesta segunda-feira (4), a China, vizinha e aliada da Coreia do Norte, afirmou ter apresentado um protesto diplomático a Coreia do Norte. Pequim “apresentou firmes advertências à pessoa responsável pela embaixada da RDPC (República Democrática Popular da Coreia) na China”, afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang.

Os líderes do Brics, que participam de sua reunião de cúpula anual na China, também condenaram o teste nuclear norte-coreano. “Condenamos energicamente o teste nuclear da RDPC”, afirma o comunicado assinado pelos governantes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

FONTE: AFP
FOTOS: Ilustrativas

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