Força Aérea do Uruguai moderniza um de seus aviões C-130B

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Por Nastasia Barceló

A Força Aérea Uruguaia (FAU) está modernizando e fazendo manutenção em um de seus dois aviões Lockheed Martin Hercules C-130B, que nos últimos anos prestou assistência humanitária e científica em áreas remotas como a África e a Antártica e serviu a população uruguaia em situações de desastres naturais.

Graças ao Mecanismo de Compra Direta, a FAU contratou a empresa chilena Enaer para fazer a manutenção da aeronave, incluindo a “Inspeção Iso Menor, Inspeção Iso Maior, Program Depot Maintenance (PDM), nova fiação da cabine e da fuselagem, reparação e vistoria de acessórios, e manutenção dos motores Allison T-56 (checagem dos módulos de turbina, módulos de compressor, caixa de engrenagens, manutenção intermediária completa, inspeções isocronais, banco de prova etc.)”, segundo um comunicado da FAU.

A FAU não contava com o equipamento e o conhecimento adequados para realizar a manutenção do avião, adquirido em 1992, e por isso contratou a Enaer. A empresa “cumpriu com todos os requisitos e demonstrou ao longo dos anos que faz um trabalho sério e comprometido com técnicos capacitados”, diz o Coronel Guillermo Gurbindo, Diretor de Relações Públicas da FAU, lembrando que a “proximidade geográfica” foi levada em consideração para a seleção.

O Hércules C-130B é um avião fabricado nos EUA com quatro turbopropulsores Allison T-56 A7 e oito horas de autonomia de voo, de construção inteiramente metálica e asa alta. Pode voar a até 11.500 metros de altitude (35.000 pés) e levar 92 passageiros, ou 64 paraquedistas, ou 64 macas e de três a quatro veículos leves.

Missões importantes

A FAU tem dois Hércules C-130B que os militares usam amplamente em missões de médio e longo alcance, como viagens à Antártida. A FAU também usa a aeronave para apoiar as missões de manutenção da paz das Forças Armadas Uruguaias.

O avião que passa por manutenção no Chile fez diversas missões de apoio ao envio de contingentes uruguaios que integram as missões de manutenção da paz da Organização das Nações Unidas (ONU). Em 2014, por exemplo, o Uruguai transportou um helicóptero Bell-212 “Twin Huey” para a equipe de voo da FAU no interior da República Democrática do Congo.

Em outra missão, em maio de 2015, um dos dois Hérculos C-130B da FAU pousou no aeroporto Piloto Fernández, na Argentina, onde carregou peças de reposição para o barco antártico TIMCA, de bandeira holandesa. A embarcação havia sofrido uma falha mecânica durante uma missão de logística perto da Basa Marambio, na Antártida.

As frequentes e distantes missões de ajuda humanitária apoiadas pelos Hércules C-130B uruguaios levaram a FAU a optar pela Enaer, de acordo com o Cel Gurbindo. “No entanto, em menor medida também trabalhamos com outras empresas da região, como a brasileira Embraer, e às vezes com a Fábrica Argentina de Aviões Brigadeiro San Martin para manutenção de nossas aeronaves Pucará.”

Campanha Antártica 2015-2016

A FAU faz voos de logística de verão à Antártida, conhecidos como operações de Apoio Técnico, Manutenção, Serviço de Reparação e Troca de Partes da Aeronave. Essas missões oferecem apoio às bases científicas que o Uruguai opera na Campanha Antártica 2015-2016.

A Campanha Antártica 2015-2016 faz parte do Tratado Antártico, um acordo internacional entre 52 países em que o Uruguai participa há 30 anos como membro consultivo. Os objetivos da campanha incluem a promoção de medidas e decisões sobre questões jurídicas, políticas, logísticas e tecnológicas na Antártida.

A campanha de verão 2016 começou com a partida do primeiro voo de um dos Hércules C-130 da FAU em 1 de dezembro, seguida pela partida do barco ROU 26 “Vanguardia” da Marinha Uruguaia, que deixou o porto de Montevidéu rumo à Antártida. O avião e o barco militares carregaram 40 toneladas de equipamentos, incluindo suprimentos e peças de reposição, assim como 250.000 litros de diesel.

A manutenção de rotina feita no Hercules C-130B da FAU é parte de um projeto com um custo superior a US$ 82.000. O projeto de manutenção anterior, em 2014, custou mais de US$ 435.000.

FONTE: Diálogo Américas

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