Índia diz ter atacado supostos militantes no Paquistão para evitar infiltração

Tenente-general Ranbir Singh, diretor-geral de operações militares do Exército indiano.      29/09/2016           REUTERS/Stringer
Tenente-general Ranbir Singh, diretor-geral de operações militares do Exército indiano. 29/09/2016 REUTERS/Stringer

NOVA DÉLHI/ISLAMABAD (Reuters) – A Índia disse nesta quinta-feira que realizou “ataques cirúrgicos” contra supostos militantes que se preparavam para se infiltrar pela Caxemira, território governado pelo Paquistão, dando sua primeira resposta militar a um ataque a uma base do Exército que atribui aos paquistaneses.

O Paquistão disse que dois de seus soldados morreram em trocas de tiros e nos esforços para repelir soldados indianos, mas negou que a Índia tenha realizado qualquer ataque calculado através do que, na prática, é a fronteira que atravessa a Caxemira, território do Himalaia que os dois países disputam.

A ação na divisa causou baixas significativas, afirmou o chefe de operações do Exército indiano aos repórteres em Nova Déli, e um funcionário de alto escalão do governo disse que soldados do país cruzaram a fronteira para alvejar campos de militantes.

O anúncio da Índia veio na esteira do alerta do primeiro-ministro, Narendra Modi, de que os responsáveis por um ataque a uma base do Exército em Uri, perto da Linha de Controle, no dia 18 de setembro, que matou 18 soldados, não ficariam impunes.

Os ataques também criaram a possibilidade de uma escalada militar entre Índia e Paquistão, ambos possuidores de armas nucleares, que arruinaria o cessar-fogo em vigor na Caxemira desde 2003.

O tenente-general Ranbir Singh, diretor-geral de operações militares do Exército indiano, disse que os ataques foram lançados na quarta-feira com base em “informações muito específicas e confiáveis de que algumas unidades terroristas haviam se posicionado… com o objetivo de realizar uma infiltração e ataques terroristas”.

Singh afirmou que procurou o comandante paquistanês para informá-lo da operação.

O principal porta-voz dos militares do Paquistão rejeitou o relato indiano da ação, que classificou como “totalmente infundado e uma mentira completa”.

“Nós o negamos. Não há nada disso no local. Só há o incidente dos disparos da noite passada, aos quais reagimos”, disse o tenente-general Asim Bajwa ao canal de televisão Geo TV.

(Reportagem adicional de Fayaz Bukhari em Srinagar, Rupam Jain em Nova Déli, Drazen Jorgic e Mehreen Zahra-Malik em Islamabad)

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