‘Número de tropas inimigas ao redor da Rússia é sem precedentes’

Tanques M1A2 Abrans e veículos de combate Bradley durante exercício Noble Partener 2016 perto de Tbilisi, Geórgia - © AFP 2016/ VANO SHLAMOV
Tanques M1A2 Abrans e veículos de combate Bradley durante exercício Noble Partener 2016 perto de Tbilisi, Geórgia – © AFP 2016/ VANO SHLAMOV

A concentração atual de forças inimigas perto das fronteiras russas é inédita desde a invasão nazista em 1941, disse o cientista político norte-americano, especialista em estudos russos, professor Stephen Cohen, no show de John Batchelor, transmitido pela emissora americana WABC.

O seu comentário surge após as últimas ações da OTAN para fortalecer as suas posições na Europa do Leste.

“Tenho uma questão para Washington porque é Washington quem controla a OTAN. Será que não realizamos que nos estamos deslocando rumo a uma guerra real com a Rússia ou é um plano de provocar a Rússia para ações militares?”, pondera o professor.

Se os EUA, com efeito, não entendem que consequências graves as suas ações podem ter, devem “acordar”. Se a resposta correta for a segunda, ou seja, se os EUA não estão contra uma guerra contra a Rússia, devem “estar loucos”, afirmou o professor norte-americano. Segundo ele, um conflito militar de tal envergadura necessariamente acabaria com o uso de armas nucleares por uma das partes.

Cohen disse que há um mês observa o reforço permanente das forças da OTAN ao longo de fronteiras da Rússia. na terra, no mar e no ar. De acordo com o especialista, tais forças inimigas não se aproximaram de Moscou desde o início da Segunda Guerra Mundial. Os russos guardam uma memória viva daquela guerra e por isso levam as ações da OTAN muito a sério.

O professor norte-americano presta atenção ao fato de que o pretexto para reforçar as posições dos EUA e da OTAN na Europa foi inventado. Cohen citou a declaração do chefe do Pentágono, Ashton Carter, que falou sobre a agressão russa na Europa do Leste.

Cohen afirmou que não está claro o que Carter quer dizer com “agressão”. Não pode falar de vitórias russas sobre o grupo terrorista Daesh na Síria, sublinhou o professor.

“O que precisamente fez Putin? Dizer-nos que ele pode agredir de alguma forma ou intensifique a mesma, não é uma resposta que pode justificar a prontidão dos EUA de entrar na guerra contra a Rússia“, disse.

Cohen destacou que a Rússia somente reage às ações da OTAN e tem pleno direito de fazer isso. O cientista político recordou que Putin não demorou e, diretamente declarou que as ações da aliança ameaçam o seu país.

Ao mesmo tempo, a aliança se queixa de que a Rússia “desloca as suas tropas cada vez mais perto da OTAN”.

“Claro que ela faz isso, porque a OTAN está próxima das fronteiras russas”, esclareceu Cohen.

Segundo o especialista, a Rússia tem o direito de instalar as suas forças onde quer que seja, inclusive na Crimeia ou em Kaliningrado.

A crise atual nas relações bilaterais, na opinião de Cohen, é muito parecido com a de mísseis de Cuba de 1962. Mas há algumas razões que provam que agora a situação é ainda mais perigosa que naquela altura. Em particular, disse que em 1962, os mísseis da USSR foram instalados “a uma distância de 145 km dos EUA” e que agora, os mísseis da OTAN são instalados ainda mais perto, à porta da Rússia.

Além disso, segundo o especialista, a crise de 1962 teve somente um ponto de confrontação geopolítica. Agora são mais de um, inclusive os países Bálticos, a Ucrânia, a Turquia e a Síria.

FONTE:sputniknews.com

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