Pilotos da USN e do USMC reclamam de hipóxia

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Pilotos de aeronaves da Navy (Marinha dos EUA) e do Marine Corps (Fuzileiros Navais) mais e mais frequentemente se queixam de sentir falta de oxigênio.

A revista Navy Times publicou um artigo alarmante sobre o aumento dos casos de escassez de oxigênio entre os pilotos da US Navy e do US Marine Corps, especialmente nos caças multirole F/A-18C/D Hornet, F/A-18E/F Super Hornet e EA-18G Growler. A matéria foi publicada em fevereiro deste ano, após a reunião do comitê do Congresso.

Um dos eventos recentemente divulgados ocorreu com a tripulação de um F/A-18. Quase imediatamente após a decolagem da Naval Air Station de Fallon, em Nevada, ambos os pilotos viram que eles não eram capazes de responder adequadamente aos estímulos externos. Além disso, o Piloto queixou-se de dormência da boca e dedos, e o combat systems officer (CSO) notou que seus dedos ficaram azuis. Felizmente, eles conseguiram pousar em uma estrada cercada por montanhas em altitude de mais de 1800m, ilesos, e sem danos materiais.

A USN e o USMC, além de outros ramos das forças armadas dos EUA estão lutando há algum tempo com o problema da hipóxia das tripulações de caças. Anteriormente, o problema afetava os pilotos de F-22A Raptor utilizados pela Força Aérea dos EUA. Mas o motivo não eram apenas defeitos estruturais, mas também as condições em que se operam este tipo de aeronave.

(U.S. Navy photo by Mass Communication Specialist 2nd Class Kevin S. O’Brien/Released)

Atualmente, diz-se que a causa mais provável da escassez de oxigênio das equipes dos Hornets e Growlers é o consumo de elementos do filtro do gerador de oxigênio de bordo (OBOGS). Talvez seja a causa do rápido aumento de casos de hipóxia nos últimos 8 anos.

Enquanto em 2009 foram relatados 14 incidentes deste tipo, só entre os pilotos da Marinha dos EUA, em 2010 houveram 26 casos na USN e 2 no USMC e, em 2011 o número de casos subiu para alarmantes 43 incidentes (incluindo 4 no USMC), passando para 95 em 2012 (84 na USN). Nos anos seguintes houve uma melhora – em 2013 os sintomas de deficiência de oxigênio foram reportados por cerca de 68 aviadores da USN e 11 do USMC, e 73 em 2014 (incluindo 8 do USMC).

Mas ao longo dos últimos meses, a situação deteriorou-se novamente. Em 2015, 115 eventos foram registrados: 41 equipes de Hornets e 19 de Growlers, e outros 31 com os treinadores T-45C Goshawk (103 na USN e 12 no USMC). Já durante Janeiro e Fevereiro de 2016, 26 eventos semelhantes ocorreram (dos quais 1 no USMC). De acordo com o Navy Times, nas últimas duas décadas morreram devido à acidentes por hipóxia pelo menos 15 pilotos da USN e do USMC.

Especialistas da Marinha dos EUA estão trabalhando para resolver o problema da escassez de oxigênio entre as equipes de F/A-18 e EA-18G. É mais provável que sejam instalados sensores adicionais que medem o gasto de oxigênio e a presença de poluentes no ar que respiram os aviadores. O comando da USN não especificou quando podem ser esperados resultados dessas ações. Enquanto isso, os voos de Hornets, Super Hornets, Growlers e Goshawks continuam.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Junker

FONTE: Altair.com

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