Problemas com Boeing e BAe Systems na Arábia Saudita poderiam resultar em um contrato para a Dassault

F15SA

Segundo a matéria «Pourquoi le Rafale a une (petite) chance a Riyad», publicada no boletim francês «Intelligence on-line», o fracasso da procura de contratos americanos e britânicos para o fornecimento de armas para a Arábia Saudita pode dar uma chance para o caça francês Dassault Rafale chegar ao mercado da Arábia Saudita.

Em Washington, a questão é tratada como tabu e começa a confundir funcionários em níveis mais elevados. A preocupação da Boeing, fabricante do F-15, é que, há algumas semanas, a companhia enviou um pedido de desculpas formal ao chefe do Estado-Maior da Força Aérea Saudita, Mohammed bin Ahmed al-Shaalan. Na verdade, o que se estava tentando transmitir aos sauditas era que a intensidade das relações entre os dois parceiros não poderia ser afetada pelo fato de que o novo caça multi-funcional F-15SA, que representa uma versão modernizada do caça F-15S (F-15E) comprado pelo reino anteriormente e que se tornou a principal força de ataque da Força Aérea, não ficaria pronto para este ano. al-Shaalan fez entender que o seu chefe – o homem forte do reino e ministro da defesa Muhammad bin Salman, já não esconde sua irritação.

A engenharia da Boeing tem tido problemas com o design de alguns dos sistemas eletrônicos que devem ser instalados na aeronave, bem como o sistema de estabilização automática que os americanos prometeram ao cliente. Esta é a segunda vez desde a assinatura do contrato em 2010, que a Boeing informa ao seu cliente que o desenvolvimento do sistema FBWCS atrasa. E isso apesar do fato de que, inicialmente, os sauditas não pediram sua inclusão nas novas aeronaves. Outro fator de insatisfação foi o fato de que a Boeing não tem se incomodado para esclarecer os motivos de atrasos causados ​​por problemas com o desenvolvimento do FBWCS.

Mesmo que Paris queira ser cuidadosa, essas falhas podem jogar a favor de um contrato para o Rafale da Dassault, que teve formalizado um pedido de uma proposta para o fornecimento de 72 caças pelo Ministério da Defesa da Arábia Saudita, como relatado anteriormente. Esta oferta pode ser bem sucedida como resultado das complicações enfrentadas também pelos fabricantes de armas britânicas em Riyadh.

Dentro da opção do contrato Al Salam que previa entrega de 72 aeronaves Eurofighter Typhoon e mais 72 opções, o presidente da corporação BAe Systems, Ian King, tinha planejado converter as opções em um contrato firme até o final de 2015. No entanto, o contrato ainda está no limbo. Os sauditas ainda não se recuperaram da quebra unilateral de contrato sobre a formação de funcionários, que teve lugar em outubro de 2015. Embora o orçamento da Arábia Saudita em 2016 tenha sido severamente restringido, os gastos com defesa não parecem ter sofrido tanto. O reino trava hoje uma guerra em várias frentes e tem pouco desejo de cortar custos no ministério, que é dirigido pelo homem mais poderoso do país, o vice-príncipe herdeiro Muhammad bin Salman.

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: Junker

FONTE: BMPD

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