Programa de mísseis norte coreano também avançou nas última década

Apesar de apresentar falhas em alguns testes, Taepodong-2 tem capacidade para atingir território dos EUA

Taepodong-2

Por Roberto Godoy

O programa de desenvolvimento de mísseis da Coreia do Norte é bem-sucedido, e produz resultados notáveis, como o enorme Taepondong-2, de três estágios e alcance intercontinental, indicam os últimos testes.

Disparado da base de Musudan, no norte do país, o gigante pode atingir alvos na Costa Oeste dos Estados Unidos–incluindo Alasca e Ilha de Guam –, Oriente Médio, Europa e Ásia. O míssil, de 36 metros, pode levar carga de ataque de 500 a 750 quilos na ogiva.

Não é o único. A família é grande, abrange 12 diferentes modelos, alguns dos quais com quatro versões. O arsenal das forças norte-coreanas acumula cerca de mil mísseis.

O regime ditatorial de Pyongyang faz política com o Comando de Mísseis. Em 17 de dezembro de 2011, horas depois do anúncio da morte de Kim Jong-il, o pai de Kim Jongun, a unidade estratégica realizou um teste de precisão com dois mísseis da classe Silkworm. Um recurso de marketing. A arma é conhecida, funciona bem no limite de 120km, carregada com cabeças de até 400 quilos de explosivos. É usado contra navios.

Taepodong-2

Forças. Em paralelo, há preocupação do Ocidente com as Forças Armadas convencionais. São 1,2 milhão de militares – homens e mulheres. As reservas, prontas para ação 72 horas após a mobilização, somam 2,7milhões, cerca de 10% da população.

O Exército mantém 260 mil combatentes nas Forças Especiais– o maior contingente desse tipo de tropa em todo o mundo. O país destina para a Defesa 40% do PIB estimado em US$ 40 bilhões. Modernizou toda a frota de 3.500 tanques pesados, armados com canhões de 125 mm.

Em 2009, os militares norte coreanos receberam um lote suplementar de 1,5 mil unidades fornecidas pela China. No ano passado a Força Aérea do país anunciou negociações para a compra, em lotes, de até 150 caças Su-30 da Rússia. O negócio ainda não foi concluído.

A Coreia do Norte também faz dinheiro com a sua indústria militar. Ao longo dos anos 80 e 90, vendeu perto de 400 mísseis, capazes de atingir alvos entre 75 e 450 quilômetros, para o Iraque, o Irã, a Síria, a Líbia, o Paquistão, o Sudão, o Iêmen e o Egito.

Faturou com isso US$ 650 milhões.

Aplicou tudo no programa de armas de tecnologia avançada, novos mísseis principalmente. O modelo mais antigo, o Hwasong, tem raio de ação de 350 km, armado com uma ogiva de 150 quilos. Apresentado em 1984 é um arranjo expandido dos Scud, fabricados em massa na extinta União Soviética – e distribuído a governos aliados de Moscou.

O mais recente, o Taepodong-2, de 64 toneladas e ainda em teste, voou pela primeira vez há dez anos. Nesse tempo – apesar de ter apresentado algumas falhas durante os ensaios –, o raio de ação do maior míssil norte-coreano cresceu e passou de 4 mil para 10 mil quilômetros.

FONTE: O Estado de São Paulo

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