Tiroteio e explosão na França após ataque ao Charlie Hebdo

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Vários ataques contra locais de culto muçulmano foram registrados em diferentes cidades da França desde a noite de quarta-feira, após o atentado cometido contra a revista Charlie Hebdo em Paris, informaram fontes judiciais.

Em Le Mans (centro), ao menos um tiro foi disparado e três granadas de exercício foram lançadas às 23h30 GMT (21h30 de Brasília) de quarta-feira contra uma mesquita no leste da cidade.

Em Port-la-Nouvelle (sul) foram feitos dois disparos contra uma sala de orações muçulmana durante a noite, uma hora após o fim da oração, indicou à AFP o Ministério Público da cidade de Narbona.

“Evidentemente trata-se de alguém que considerou conveniente se vingar de algo ou alguém”, declarou o procurador David Charmatz, interrogado sobre um possível vínculo com o atentado à revista Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos.

Por outro lado, uma explosão de origem criminosa foi registrada nesta quinta-feira em Villefranche-sur-Saône (leste) por volta das 07h00 GMT (05h00 de Brasília) em frente a um restaurante de kebabs próximo a uma mesquita. “A princípio está vinculado com a situação dramática” vivida no país após o atentado contra a Charlie Hebdo, considerou o prefeito da cidade, Bernard Perrut, que pediu a todos “coesão, unidade e respeito”.

Novo tiroteio em Paris aumenta tensão

No tiroteio desta manhã, no subúrbio de Montrouge, ao sul de Paris, uma segunda pessoa ficou gravemente ferida. O atirador fugiu. Não está claro se o incidente tem relação ao ataque à Charlie Hebdo.

O ministro do Interior francês, Bernard Cazeneuve, alertou contra conclusões precipitadas após o incidente. O homem estava armado com uma metralhadora e uma pistola e vestia um colete à prova de balas, disseram fontes da polícia à AFP.

Um morador, Ahmed Sassi, descreveu uma “cena de pânico”. Ele disse que um homem vestido em cores escuras correu e atirou contra o policial “à queima roupa”.

Em Villefranche-sur-Saone, perto Lyon, o vice-prefeito da cidade disse que o ataque a um restaurante árabe perto de uma mesquita “aparentemente está ligado à situação dramática (em Paris)”.

Estes novos incidentes que, inicialmente, não teriam ligação entre si, aumentaram as tensões na França, traumatizada pelo ataque de quarta-feira. O país declarou luto oficial em homenagem às vítimas.

A polícia fez sete prisões durante a madrugada em uma megaoperação de busca aos dois suspeitos do ataque, os irmãos Cherif e Said Kouachi, que estariam “armados e perigosos”. Um terceiro suspeito se entregou.

Fontes próximas à investigação disseram à AFP que os dois foram localizados nesta quinta-feira em um carro numa estrada na região de Aisne, no norte da França.

Eles teriam sido reconhecidos pelo gerente de um posto de serviços perto da cidade de Villers-Cotteret, e estariam armados.

FONTES e FOTOS: AFP, BBC, Reuters

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