Marinheiros da Paz: Os Brasileiros na MTF-UNIFIL




A Força-Tarefa Marítima (MTF) da UNIFIL é a primeira e única operação naval da Manutenção da Paz da ONU em todo o mundo. Por mais de 13 anos, seis navios de Bangladesh, Brasil, Alemanha, Grécia, Indonésia e Turquia, trabalham para proteger as águas territoriais libanesas ao lado da Marinha Libanesa.

As forças de paz navais da UNIFIL apóiam a Marinha Libanesa no monitoramento das águas territoriais e na prevenção da entrada não autorizada de armas ou material relacionado por via marítima no Líbano. Também apóia a Marinha Libanesa em atividades de capacitação.

O atual Flagship da MTF é a fragata Independência da Marinha do Brasil, que ocupa esse cargo desde 2011. Sua fragata é responsável por comandar todas as operações marítimas da Missão no Líbano. Seu comandante, contra-almirante Sérgio Salgueirinho, diz que sua missão tem dois grandes objetivos operacionais:

“Uma é ajudar o governo libanês a evitar e / ou ajudar a impedir a entrada de armas não autorizadas ou material ilegal por via marítima nos portos libaneses, e duas, ajudar e contribuir para o aprimoramento e capacidade da Marinha das Forças Armadas libanesas.”

Mais recentemente, a corveta Barroso serviu de navio-capitânia até março de 2020, quando foi substituída pela Independência, com cerca de 200 marinheiros brasileiros da paz.

Trabalhando juntos e em estreita cooperação com a Marinha da LAF, o MTF estabeleceu um sistema de controle confiável sobre o tráfego nas águas territoriais libanesas. O principal elemento é a chamada “interrogação”, que o contra-almirante Salgueirinho descreve como um dos componentes mais essenciais da missão MTF.

“Em termos simples e simbólicos, isso significa que as pessoas que navegam e transitam nas águas libanesas nos veem e sentem a importância e o valor de nossa presença enquanto trazem e mantêm a paz e a estabilidade no mar”, enfatizou.

A interrogação tem sido um esforço coordenado entre as unidades da Marinha MTF e a LAF, especialmente com as Estações de Radar na Costa.

“Desde 2006, mais de 100.000 interrogações foram realizadas pela MTF e mais de 14.000 embarcações foram encaminhadas às autoridades libanesas para inspeção, o que significa que estamos muito presentes no mar”, acrescentou.

Navegando em águas libanesas

Para Salgueirinho, comandar esta missão no Líbano tem sido muito enriquecedora e reveladora. Sua equipe concorda.

“As águas marítimas da América do Sul são alguns dos mares mais pacíficos do mundo, mas navegar nas águas libanesas tem sido um desafio silencioso, mas uma experiência gratificante para nós”, explicou o capitão Campos Huguenin, comandante de capitânia da UNIFIL, ao descrever como é desafiador patrulhar a zona marítima libanesa.

Com 20 dias no mar e 10 dias em terra no porto de Beirute, ele acrescentou:

“A vida no mar pode ser desafiadora. No mar, você não tem paredes, estradas ou ruas como em terra; portanto, ao navegar por essas águas, nossa missão é garantir com nossos parceiros libaneses que todo navio que transita dentro e fora das águas libanesas pode estar aqui. ”

A área de operações marítimas da MTF (17.171 quilômetros quadrados) é quase 16 vezes maior que a área de operações da UNIFIL em terra no sul do Líbano. Portanto, outro componente inovador e essencial da força-tarefa naval é o uso de helicópteros, que ajudam a patrulhar a vasta área marítima da operação de maneira eficaz e rápida.

“Nossas patrulhas com helicóteros fazem o trabalho durante duas horas por vez. É mais rápido e podem patrulhar nossa zona marítima muito mais rapidamente”, disse o piloto brasileiro da UNIFIL MTF, tenente Cdr. Bruno Feitoza.

O impacto do COVID-19 na MTF

Para o contra-almirante Salgueirinho, foi uma grande honra e experiência profissional servir nesses tempos difíceis e, quando perguntado sobre o impacto da pandemia do COVID-19 nas tarefas diárias do MTF, ele disse que “o COVID-19 ainda permanece uma ameaça perigosa para o pessoal pertencente às unidades MTF e também para as pessoas que servimos.”

“No entanto, permanecemos muito alertas e continuamos a cumprir diariamente, com todas as medidas preventivas contra a propagação do vírus”, assegurou.

FONTE: UNITED NATIONS INTERIM FORCE IN LEBANON

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO: DAN

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